Brincar – o sintoma da independênciaPublicado em 27/06/2016 O brincar é o elemento revelador do caminho que a criança faz rumo à independência. No brincar a criança revela a busca de autonomia, a capacidade de estar só sem necessariamente ter a presença dos pais. É na fase da latência, quando termina todas as forças de dependência com a pessoa da mãe/pai, que a criança encontra consigo mesma na sua própria produtividade. Por isto mesmo que após os sete anos aproximadamente que uma criança começa a ter o processo de aprendizado sistematizado. Ela sai do estágio de dependência absoluta, passa ao de dependência relativa e chega ao caminho da independência. Quando a criança brinca espontaneamente e cria formas de brincar, sozinha ou em grupo, ela está revelando crescimento e autonomia. Ao contrário, quando uma criança está escrava de jogos eletrônicos, computador ou TV, revela incapacidade autônoma, pois não brinca, mas sim reproduz algo que já está pronto. O brincar no mundo da criança é aquilo que a potencializa para construir, elaborar e criar. Se for retirada esta condição de brincar livre da criança, estará sendo comprometida a capacidade de se construir nela uma pessoa autônoma. Sabemos que na vida humana, toda regra tem sua exceção. Mas não podemos negar a diferença na forma de ser de um adulto que teve espaço na sua infância para brincar livremente, daqueles que não conseguiram ter espaço e ambiente para brincar. Os que aproveitaram ao máximo a infância para brincar, tendem na vida adulta a serem mais autônomos, independentes e consequentemente mais alegres. Já, aqueles que não puderam ter espaço para brincar na infância, quando adultas tendem às posturas rígidas, controle e manipulação de terceiros e dificuldade na autonomia. A busca das pessoas por auto-ajuda ou fórmulas mágicas de felicidade, em que nomeiam alguém para motivá-los de fora para dentro, é o resultado de infâncias roubadas no passado. São adultos que se estabelecem no mundo com muita dependência afetiva e intelectual e esperam muito dos outros. Não evoluíram do brincar para criar. Se não brincaram, não conseguem criar e por isso buscam sempre respostas prontas. |
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