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Brincar, a linguagem da criança

Publicado em 19/07/2016

Transformar crianças em adultos é uma tendência antiga na humanidade.

Ainda hoje as vemos vestidas com roupas muito parecidas com as dos adultos, a diferença está no colorido. Dias atrás, uma mãe solicitou-me uma informação por telefone. Ela estava preocupada com a condução terapêutica do profissional de Psicologia na qual tinha confiado sua filha de seis anos. Disse-me que a criança não estava querendo ir às sessões terapêuticas porque ela tinha que ficar  deitada no divã falando algo, mas ela não sabia  o que. Tentei explorar a fala desta mãe, no sentido de perceber se a postura da filha não seria uma resistência, mas a mesma confirmava-me que a condução do processo era mesmo desta forma.

Com certeza esta menina percebeu, neste breve comentário com a mãe, que da maneira que o profissional de Psicologia estava conduzindo o processo, não favorecia a possibilidade  dela dizer sobre o seu problema. Pois  a fala da criança só se estabelece pelo brincar. Por isto que Psicólogos que trabalham com crianças, não poderão utilizar-se da linguagem verbal, mas sim da linguagem dos brinquedos, conforme as necessidades da idade. 

A criança elabora e compreende o mundo através do brincar. Veja por exemplo, uma criança que está ainda bebê, que coloca tudo na boca, e cuja necessidade é a amamentação. Ela, na fase oral, vai entender o mundo ao seu redor, colocando os objetos na boca. Ela brinca para entender o que está ao seu redor. Ao desenvolver-se para outras fases do desenvolvimento infantil, ela vai descobrindo outras formas de vínculos, com objetivo de aprender a separar-se da figura materna. Utilizará os brinquedos como objetos transicionais, como se fosse um apego para suportar a separação da relação direta com os pais.

Observe que em uma simples brincadeira de tapar o rosto com as mãos, diante de um bebê de 8 meses, o faz ficar todo sorridente e provoca o joguinho de esconde com o adulto. Nesta simples brincadeira, o bebê revela que está elaborando o processo de separação com a mãe, que passará por um processo parecido com a brincadeira do esconde/esconde, em que a mãe sai de perto do filho para realizar outras atividades, e logo reaparece para dar suporte ao filho. Atividades com crianças nas escolas, Igrejas, clubes, etc., precisam ser movidas de muita criatividade, dinamismo e com elementos lúdicos (brinquedos).

Do contrário, estaremos forçando as crianças para o desenvolvimento precoce no mundo dos adultos. Aí, não adiantará reclamar que os filhos não estão entusiasmados em ir para a escola, ou à Igreja, e mesmo desistirem de uma escolinha musical ou esportiva, por que lá falta metodologia para criança. O desânimo deles poderá estar revelando uma inadequação da atividade para a linguagem infantil, que é o brincar. 


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