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Para que serve a Psicoterapia nos tratamentos emocionais?

Publicado em 04/02/2020


Esta é uma pergunta que muitos me fazem, inclusive alguns profissionais de saúde que ainda acreditam que as pessoas com transtornos emocionais podem ser curadas apenas pela ação medicamentosa. Até mesmo muitos pacientes que procuram a Psicoterapia por indicação médica ou por ouvirem falar que ela faz bem, chegam às primeiras entrevistas psicológicas questionando em que a Psicoterapia vai ajudar de fato.

Para responder a esta questão, primeiro é bom lembrar o que é uma psicoterapia, ou seja, a terapêutica da psi, o cuidado e a cura do psiquismo. Assim como temos a fisioterapia, que é grosso modo a terapêutica do físico, a fonoaudiologia que é a terapêutica da fala, temos a Psicoterapia.

O sujeito em sofrimento emocional chega para procurar uma ajuda. Geralmente, no desespero, as pessoas querem soluções imediatas e orientações certeiras para a resolução dos problemas. É em situações de urgência que sempre recorrem aos gurus, que hoje estão na forma de coach e nas lideranças espirituais. Na minha época de criança aparecia na TV um comercial de um sujeito falando um sotaque “portunhol” e com os braços abertos, que dizia: “ligue já... eu tenho a solução para os seus problemas! Valter Mercado”.

A psicoterapia a partir da estrutura cerebral e psicológica do ser humano

Mas vamos ao que interessa, a psicoterapia segue os benefícios que temos a partir da estrutura cerebral e psicológica do ser humano. Nossas emoções imediatas, ou especificamente mais puras ou intensas, estão na ordem de nossa estrutura do sistema límbico, área do cérebro responsável pelo controle das emoções. Porém, temos um diferencial dos demais animais que é a estrutura do córtex central do cérebro, que é responsável por muitas informações mentais mais complexas e pelo desenvolvimento da linguagem e dos processos de informações. Trata-se de uma diferença que fez o ser humano poder pensar e criar simbologias. Simbolizar é conseguir dar nome às coisas, fazermos comunicação pela palavra, darmos significado a tudo o que está ao nosso redor. Nossas brutas emoções do sistema límbico podem ser elaboradas e entendidas pela estrutura do córtex central. Especificamente, é pelo telencéfalo altamente desenvolvido que conseguimos elaborar pensamentos. Um gesto humano que revela que somos portadores de um telencéfalo evoluído é o ato de pinçar. Por isto que sempre faço o trocadilho “quem pinça, pensa”.

Assim, movidos por emoções não entendidas, o paciente com algum transtorno emocional precisa de um espaço terapêutico para falar, escutar a própria fala e entender o que se passa consigo. Isto é, transformar as emoções em algo entendível. Saber a origem daquele transtorno, buscar se colocar diante dele com novos posicionamentos.  A psicoterapia basicamente se dá pela fala, e de diversas formas de falar. Na criança a fala se dá pelo brincar, no adulto se dá pela palavra. Por isto que há diferentes abordagens de psicoterapias, que cada pessoa pode escolher realizar conforme seu gosto.

Minha escolha, psicoterapia com base psicanalítica 

Das diferentes formas de desenvolver o processo de Psicoterapia, escolhi, na condição de Psicólogo, a técnica psicanalítica, pois por meio dela o sujeito estabelece um espaço de fala possível de elaborar suas próprias percepções, e o psicoterapeuta colabora acolhendo, apontando e interpretando. A imagem simbólica que costumo passar aos meus pacientes é a de que sou um paredão de treino de tênis, onde a bola (palavra) do paciente bate no paredão e volta para ele mesmo. Lembro aos pacientes que as mudanças de comportamento só acontecem quando ele mesmo entende o por que existe aquele comportamento, e depois escolhe tomar posicionamento sobre o impasse. É um processo de construção e que não acontece tão rápido. Por este motivo que não escolhi abordagens cognitivas ou diretivas, que tendem a estabelecer nos pacientes uma relação de passividade e acentuam a ideia de que o Psicoterapeuta tem a fórmula e a solução para o problema. Por isto que muita gente quando faz uma psicoterapia diretiva apresenta alguma melhora logo de imediato, porém com o tempo volta para o mesmo ponto do transtorno, pois não foi uma elaboração pessoal, e sim uma direção externa, do psicoterapeuta.

Psicoterapia um caminho para evolução 

Pela psicoterapia podemos nos fazer evoluídos, ou melhor, utilizarmos os recursos diferenciais que nossa estrutura cerebral nos proporciona. Se não, ficamos só na ordem das emoções e dos hábitos que também os animais possuem. Pela psicoterapia, podemos potencializar nossa capacidade de abstração, de sublimação e de criatividade. É preciso muita criatividade para que nossas emoções brutas não nos destruam. Sempre digo que de gente para papagaio é um passo, pois se não utilizarmos nosso recurso de elaboração de pensamento, permanecemos apenas na condição da espécie biológica, com ações meramente repetitivas e estimuladas apenas pelo impulso original.

Certamente um tratamento de transtornos emocionais com psicoterapia avança mais do que aqueles a base apenas de medicação.


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