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Filhos nas redes. Liberar ou controlar?

Publicado em 05/03/2024

Tenho dito que ser pai e mãe, na atualidade, não tem sido tarefa das mais fáceis. Com a ampliação do acesso às redes sociais pelo avanço tecnológico e pela democratização do acesso à internet, que encontramos inclusive nos espaços públicos, vemos os pais se descabelando em torno desta realidade emergente. Há uma infinidade de possibilidades para navegar entre aplicativos, jogos, filmes e diversas redes. Com um dispositivo na palma da mão, crianças e adolescentes podem estar no mundo em questão de segundos. E o pior: As dificuldades dos pais em colocar limites no uso de equipamentos eletrônicos que podem acessar as redes sociais reflete também uma dificuldade também do próprio comportamento destes em se disciplinar nas redes. Os adultos estão mais dependentes de tais dispositivos do que as próprias crianças.


Sabemos que, com a expansão da internet, o acesso virtualmente infinito às diferentes formas de navegar em busca de qualquer coisa é um caminho sem volta. Impedir radicalmente tal uso não vai acrescentar em nada na educação dos filhos. Porém, liberar completamente só vai trazer consequências desastrosas na formação de crianças e adolescentes, como perda de potencial cognitivo, isolamento social e depressão. E esta é uma realidade que os professores em sala de aula já estão observando.


Desta maneira, surge a grande questão: Como controlar?


A dica direta e simples que apresento aqui: Monitorar o tempo de uso. Definir o horário de entrada e saída da internet. De preferência, no máximo duas horas diárias, podendo dividir este tempo entre manhã e à noite. Porém, é preciso desligar todos os eletrônicos das crianças e adolescentes, pelo menos, uma hora antes de dormir. Assim, como o cérebro leva aproximadamente uma hora para entrar em pleno funcionamento para atividades cognitivas logo pela manhã, também leva quase uma hora para desacelerar suficientemente antes do repouso. Do contrário, se a criança ou adolescente vai dormir logo em seguida de desligar os eletrônicos, já começa a entrar na disfunção do sono por apresentar dificuldade para adormecer, visto que o cérebro está em plena atividade - E aqui vale ressaltar que este princípio biológico também se aplica aos adultos. Sendo assim, é indicado que toda a família se desconecte, pelo menos, uma hora antes de dormir.


Se o processo de colocar limites for colocado de forma criteriosa pelo tempo de uso, desenvolvendo uma interação com as crianças e adolescentes sobre a importância deste controle e fixando um combinado com frequência do acordo, preservando tal ritmo também aos finais de semana e feriados, a chance de funcionar é muito grande. Mas, para isso, os pais também precisam rever seu uso pessoal de tais dispositivos e hábitos de acesso às redes que navegam para também aderirem a esta regra, dando o exemplo para todos na família. Do contrário, se os pais não procederem de acordo, nenhuma regra estabelecida vingará.

Pelo tempo de uso, os argumentos múltiplos que as crianças e adolescentes são muito capazes de criar, se esgotam no relógio, é simples.


Mas você deve estar pensando, como fazer isso se outras famílias não fazem e os amigos dos filhos todos estão liberados? Não tem problema, os filhos seguirão as normas que vocês estipularam como pais na família. E, vale lembrar que, se há um casal que determina regras em conjunto, ambos devem estar unidos na manutenção das mesmas. Do contrário, as crianças e adolescentes terão a percepção da fragilidade do casal neste âmbito e começarão a jogar contra as regras.


O que você deseja para o seu filho? 


Definir o controle sobre o navegar na internet, nas diferentes possibilidades de serviços que hoje são disponibilizados, é uma questão de escolha sobre o que os pais pretendem e desejam para seus filhos. Viver no hoje, mas dentro de uma perspectiva futura traçada pelos pais. E esta possibilidade será possível enquanto os filhos ainda estão sob a tutela dos pais, pois, depois de adultos, estes já não exercem muitos poderes sobre seus filhos.


Se esta atitude de colocar limites, estabelecendo regras de uso no processo de navegação pela internet, vai trazer resultados favoráveis ou não, de fato não podemos prever. No entanto, é notório o quanto crianças e adolescentes provenientes de famílias com critérios claros em relação ao uso das redes estão mais conectados com as buscas do conhecimento e mais focados em valorizar os estudos e o projeto de futuro, também se mostrando mais conectados com as atividades inerentes da idade em que se encontram.


A partir dessa visão, lhes desejo boas escolhas, pais. Pois não existe o certo e o errado, mas sim a decisão de como proceder. E, quem escolhe sabendo o por que escolheu e não segue o que outros estão escolhendo para eles, deixa de ser massa de manobra.


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