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O segredo do sorriso

Publicado em 18/12/2024

Este tema que escrevo hoje é inspirado na letra e música de Milton Nascimento, “Sorriso”. Nesta canção, Milton inicia citando um poema de um frade dominicano do século XIV Maitre Eckhart que diz:


"O pai sorri para o filho 

E o filho sorri para o pai

E o sorriso faz nascer o prazer 

E o prazer faz nascer a alegria 

E a alegria faz nascer o amor."


Lembro-me de quando meu filho Hélder Manacô, ainda bem, pequeno dizia “sórri” e todos riam desta forma de expressar o sorrir. E, no poema do frade, o amor nasce da alegria, que vem do prazer engendrado pelo sorriso. 


O sorriso é expressão que só pode ser resultado e sintoma de encontro, encontrar-se.


Na canção de Milton Nascimento, “Diga a tua mãe que plantou esperança (...) Rosa sem espinho e dor”. Mãe que acolheu sorrindo, encantou como rosa sem espinho, fez brotar maternagem, para lembrarmos do Psicanalista Inglês Donald Winnicotti sobre as mães suficientemente boas, cuja imagem espelha o amor pela ponta final de um sorriso. Desde o início do sorriso da fecundação, ao sorriso de um ser em movimento no útero, ao sorriso do filho nos seios após um grito de dor, da dor do parto. Um encontrar-se, para outro projetar-se, espelhar.


Há um pai, que sorri para o filho, e, no reflexo espelhar, há um filho que sorri para seu pai. Encontrar-se com este terceiro, fazendo romper a simbiótica relação mãe/filhos no longo círculo do parto ao desmame, pois há um terceiro.


Fazer laços pelo ambiente onde o amor triunfou, a alegria inundou e o prazer do sorriso fez-se cotidiano. Nascer para novos encontros, espalhar-se em comunidade. Redes de apoio e de encontrar-se. E, como poetiza Milton Nascimento, “Diga a tua mãe que plantou esperança (...) Ajudar quem quer viver”. Fazer a História acontecer, de uma Sociedade poder viver a construção do amor e virar Civilização do Amor.


Quimera? Utopia? Fantasia?


Não fosse possível, não justificaria viver em função de promover no outro o encontra-se consigo mesmo no resgate de um amor, que, muitas vezes, pode parecer escondido ou até inexistente, por não se ter vivido em ambiente que potencializou o Amar. E, pela escuta psicanalítica, no processo de mão dupla entre analista e analisado, o sorriso pode brotar. Sintoma maior de uma alma onde habita o amor e o desejo de amar. Assim, como na construção incansável de levar os pais ou aqueles que se fazem pais, restabelecer ambiência que prevaleça o cuidado na alegria do prazer de se revitalizar o sorriso entre os olhares dos que habitam a mesma casa, comunidade, cidade, estado, nação e nosso habitat maior, o planeta Terra na sua infinita cosmologia.


Vamos fazer deste meu querer aquele que engendra o desejo do poeta Milton Nascimento: “Tudo o mais que eu queria é cumplicidade”.


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