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Quando o assunto é a Maconha

Publicado em 07/10/2015

Quando o Assunto é a Maconha


    Quando o assunto é a maconha, Fernando Gabera – Deputado Federal – levanta a bandeira da liberação; Chico Buarque poetiza em verso e prosa o lado suave do ser com maconha; Planet Hamp preconiza que no lugar dela, outras coisas legais são bem mais letais; muitos professores ficam imbuídos de um discurso sem fim para a proteção educacional de seus alunos; os pais apavoram-se ao imaginar que seus filhos possam vir a usar maconha; lideres religiosos tentam na sua maioria, assombrar com a noção do pecado – quase que mortal.

    E os psicólogos? Uns entram na defesa da discriminação para poderem ganhar uma fatia de adeptos, pois ir contra, passa a ideia de antiquado; outros partem para argumentos estigmatizastes e pouco comprovados cientificamente, tipo: “A maconha causa lesão neurológica”.

    Mas quando o assunto é maconha, prefiro pensar em quem é o principal alvo dela - os adolescentes - Nesta idade, por mais que a sociedade tente forçar a barra da maturidade precoce, transformando esta faixa etária em miniaturas de adultos, prevalece traços substanciais de uma estrutura emocional em que prevalece a elaboração das perdas. As perdas de identidade de criança; do corpo de criança e dos pais de criança. É a  fase “salsicha de cachorro quente”, pois fica entre o ser criança e o ser adulto.  Nesta fase, prevalece as indefinições, as angústias pela elaboração desta transição e muitas vezes o distanciamento real do afeto materno e paterno (pois os pais tendem a se afastar afetivamente do filho que está em crescimento e em crise). Para substituir este vazio, surge  outra grande companheira – a maconha - , correlacionado à outros bons companheiros, aqueles que chegam como bons amigos, que oferecem a maconha sem custos ao jovem que terá a possibilidade de se vincular afetivamente ou não com esta nova possibilidade na vida; como experimentação ou como substituição permanente de afeto. 

    O problema da maconha está justamente no perfil de dependência que ela cria – na dependência emocional -. Por isto que muitos adultos que revelam usar a maconha sem nenhum problema, ao serem questionados se já conseguiram ficar sem ela, vão dizer que não. Medimos o índice de dependência química pela dificuldade de abstinência ao produto. A introdução livre e aberta da maconha na fase de maior busca de identidade do ser humano é canal aberto para a fixação de uma dependência, é educar sem perspectiva de autonomia.  

    Mas quem usa maconha pode não ser autônomo? Nem sempre, mas isto é semelhante a um bebê que se direciona à tomada de energia elétrica para colocar o dedo, e o adulto que está por perto logo se mobiliza para evitar o contato do bebê com a tomada. Tanto é verdade, que na residências onde se tem bebês, indica-se colocar protetor de tomadas. Porém, não se tem certeza que um bebê, ao colocar o dedo na tomada, vai tomar choque... Alguns pais até se arriscam dizendo: “É bom levar um choque para aprender...”.

    Em se tratando de maconha, para adultos com estabilidade econômica, profissão definida e caráter estabelecido, o discurso da liberação tem um perfil - a escolha pessoal -. Porém, acreditar que um adolescente sabe qual é a escolha que está fazendo ao dizer que vai fumar a maconha sem maiores consequências, é um risco. Indico que no lugar da maconha, seja colocado a presença, o afeto, a criatividade pela busca de autonomia e uma visão de futuro no adolescente para que sinta-se capaz de não precisar da maconha e viva com os pés na realidade de vida na qual está passando. 

É sempre bom lembrar, que quem está por detrás da maconha não são pessoas tão singelas como o Gabera ou Chico Buarque, mas sim, um esquema de corrupção, narcotráfico e subornos, cujo as instituições brasileiras estão  cada dia mais na mão deles (PCCs; Comandos Vermelhos; Instituições paramilitares,políticos, etc).


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