O Menino Deus dentro de nósPublicado em 13/11/2015 Entre todos os apelativos para o consumo, Deus se Fez Carne, para despertar-nos e lembrar-nos da solidariedade. O Menino Deus renasce em cada ser humano, trazendo a esperança da vida sobre a morte. Por isto, presentear os entes queridos é fazer acontecer a simbologia de que o Menino Deus nasce em cada um de nós. Assim como os Reis Magos levaram presentes ao menino Jesus na manjedoura, a cada abraço ou cumprimento desejando um feliz natal, estamos levando o presente ao Menino que nasce naqueles que cumprimentamos. Desta forma, no Natal somos todos Meninos. E com a simplicidade de meninos, podemos desejar a paz, o bem e a esperança a todos. Mas neste momento, cerca de 40 milhões de miseráveis brasileiros não estarão recebendo e nem se quer dando presentes. A não ser que alguns deles participem de projeto social de solidariedade. Também, no mundo, apenas 15% da população estará dando e recebendo presentes sem preocupações de instabilidade econômica e de moradia, os demais 85% da população mundial estarão passando pelo Natal preocupados em onde recostarão a cabeça no dia seguinte. O Deus que se Faz Carne e habita entre nós, vem para não nos esquecermos da solidariedade, pois o Deus da vida, Criador do ser humano, não se conforma com as desigualdades decorrentes do livre arbítrio, outorgado por Ele à humanidade. Se pensarmos na dimensão criadora e onipotente de Deus, poderíamos estar muito despreocupados com a fome ou as instabilidades humanas, estaríamos até hoje no paraíso. Mas a criação divina é participativa, gerou e substanciou o ser humano para que fossemos partícipes, co-responsáveis - se Deus é criador nós somos criativos - , para daí darmos continuidade ao Seu projeto. “... Mas os seus não O reconheceu...”(João Cap I). Ele se fez carne, na condição de empobrecido, entre os estrumes da estrebaria, para fazer-se classe social, a mais empobrecida possível, levando-nos ao incomodo de termos que ver e agir sobre as diferenças que nos cercam. As luzes de natal, que historicamente era uma festa pagã, focada na diversão pela diversão, a Igreja Católica tenta até hoje colocar o evangelho nesta tradição pelo nascimento de Cristo. E ainda encontra o desafio de tirá-la do paganismo para dar à Luz a Esperança do Deus Menino, para que tenha um significado e sentido. Papai Noel, luzes, árvores e muitos presentes, disputam com a insistente e permanente Pessoa do Menino Jesus. Uma lembrança e presença que nos faz incomodados em meio às comilanças e exageros consumistas. Com o olhar para Jesus temos de lembrar dos nossos semelhantes, filhos do mesmo Pai, que estão sem ter o que comer, sem motivo para festejar. Os 15% da humanidade, que se encontram estáveis para festejar o natal, estão persecutórios com medo de que apareça um sequestrador, um assaltante. Festejam enclausurados nos seus sistemas de segurança. Esta ambivalência ou paradoxo é o maior requinte do natal, que graças ao profetismo da Igreja Católica faz-nos atentos, ou no mínimo incomodados. Como é bom festejar o natal podendo pelo menos pensar naqueles que não tem o que comer. Orando pela paz e se colocando como auxílio a alguém desprotegido. Como é bom conduzirmos nossos entes queridos à reflexão da solidariedade. Como é bom podermos ter entre nós a imagem do Menino Jesus, sinal de contradição na humanidade para que saiamos do nosso conforto e busquemos a transformação da sociedade, Assim, quando abraço espontaneamente a um pequenino; quando estendo minhas mãos para ajudar alguém desfavorecido; quando uso minha inteligência para pensar meios estratégicos para o bem comum; quando me sinto feliz estando em comunidade, aí sim estarei vivendo o Natal. Pois estarei superando o materialismo frio dos presentes, do consumismo e trazendo ao centro da festa a solidariedade. Sempre que existir o natal dentro de nós, na sua mais legítima simbologia do Deus que se Faz Carne na pessoa do menino Jesus, estaremos sendo revitalizados com a esperança. A esperança de vermos um dia um só Pastor e um só Rebanho onde a ovelha pastará com o lobo. |
|||
| |||
|
Visualizações: 854
Autor: