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Dúvidas sobre adoção

Publicado em 29/03/2016

Com a onda das psicoterapias fixadas nos traumas da vida intra-uterina, muitos pais estão deixando de adotar por imaginarem que a criança adotada carrega em si traumas que serão difíceis de serem superados.

Aquelas técnicas que insistem em dizer que dá para uma pessoa ver cenas de quando ainda estava sendo gestada no útero da mãe, como se a constituição cerebral do feto tivesse capacidade de gravar imagem fotográfica, tem acentuado e muito o preconceito dos casais que pensavam em adotar e ficam imaginando quais já foram os traumas fixados no inconsciente do bebê. 

A adoção é um problema para pais  que adotam por que esgotaram todas as possibilidades de fecundarem um filho biológico, adotam por frustração. Ou pais que adotam por pena de alguma situação de abandono, por piedade, e com o passar dos anos atribuem que tudo o que está se passando com a criança é por culpa da adoção.

Conheci um caso em que o casal adotara dois irmãos, e depois de alguns anos o casamento foi interrompido, levando-nos a devolverem as crianças para uma instituição de passagem. Imagine a cabeça destas crianças, quantas perdas de vínculos. 

Para uma criança adotada, a grande pergunta que não faz calar é a interrogação sobre  de qual ventre veio. Este dilema, com o tempo, é superado com a força do amor manifesto pelos pais adotantes.

Outra dúvida da criança adotada é se passará por nova separação, se será abandonada novamente, levando a desenvolver comportamento de instabilidade sobre os pais adotantes. Fica como que desconfiada do amor deles. Porém, esta dúvida é plenamente superada na medida em que os pais adotantes se entregam de corpo e alma à criança adotada, amando-a indistintamente.

Não quer calar também, as dúvidas dos pais que adotam quando a criança começa a dar problema na escola, ou na adolescência pelos comportamentos de rebeldia. Muitos pais adotantes esquecem que os mesmos problemas são vividos também por crianças e adolescentes que são educados pelos pais biológicos. Crises emocionais e problemas de aprendizagem é coisa de ser humano. O preconceito sobre uma criança adotada só ajuda a criar estereótipos sobre elas. Neste sentido, mais uma vez, será a capacidade de amar e assumir a paternidade e maternidade, que fará com que os problemas sejam superados.


Para os pais adotantes, a dúvida sobre o amor do filho adotado surge quando este atinge a maioridade e está prestes a sair de casa. A angústia do  filho desejar conhecer os pais biológicos. Mães adotantes com inseguranças pessoais no estabelecimento de vínculos tendem a ficar paranoicas quando imaginam a possibilidade do  filho escolher a mãe biológica quando conhecê-la. Nenhum filho adotivo deixará pai e mãe por serem adotantes ou por que vieram a conhecer os pais biológicos, pois ser pai e ser mãe é escolha de amor. Um filho sabe  detectar muito bem os pais que fizeram esta escolha.

Cruel mesmo, é a dúvida de como colocar limites na educação do filho adotado. Lembro-me de um adolescente adotado, que estava em sofrimento porque seus pais não colocavam limites. Estes pais tinham medo de ao colocar limites o filho pudesse pensar que estavam sendo rigorosos por que ele era adotivo. Quando estes pais elaboraram esta dúvida e começaram a colocar limites bem claros, o filho passou a sentir-se valorizado pelos pais, pois confirmou que pelos limites seus pais o amavam.

Na condição de amar indistintamente, nenhuma dúvida deixará de ser elaborada. Acima de tudo está o AMOR, por meio dele, tudo será superado. Assim, a adoção não será um problema, mas sim uma escolha livre, um ato de amor.



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