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A Arte e Cultura na Formação da Moral

Publicado em 20/06/2016


Sigmund Freud nos apresenta o processo de sublimação para a elaboração da estrutura egóica do indivíduo. A transitoriedade entre amor e ódio, vida e morte é um processo que necessita de elementos intermediários para que a energia psíquica envolvida neste processo possa ter sua válvula de escape. É o que acontece quando praticamos um esporte coletivo, descarregamos raivas e ódios que reprimimos na convivência civilizatória, porque nos conduzimos por regras. Por isto é muito comum choques físicos entre atletas, torcidas raivosas, etc.

Estes dias, levando meus filhos ao estádio de futebol, o menor Hélder ficou tentando controlar os torcedores ao seu redor para que não falassem palavrões. Ele ficava gritando: "é feio xingamentos". Tive que explicar para ele, que no estádio as pessoas xingam para torcer, mas no fundo não queriam dizer aqueles palavrões. (Tentei moralizar). E qual foi o resultado desta reflexão com meu filho? Ele começou a reproduzir os mesmos palavrões dos torcedores. Daí  percebi que na atual conjuntura, não podemos considerar o estádio de futebol como um espaço cultural ou que favoreça na formação da cidadania pautada no respeito.

A educação moral que melhor pode trazer resultados é aquela no qual potencializamos ações educacionais onde as crianças consigam construir a capacidade moral própria, onde consiga por ela mesma manusear seu código moral adquirido na sua história e cultura de época. Para que esta condição encontre terreno fértil, a criatividade é um grande recurso. Despertar a criatividade é um excelente recurso para levar uma criança a aprender a sair de situações difíceis e utilizar seus valores adquiridos quando necessário.

      A criatividade encontra na produção cultural e nas artes a estrutura para sua mais ampla potencialização.

     Assim, as cidades, as comunidades, as famílias precisam focar na produção de cultura, no aprendizado das artes: música, dança, teatro e artesanato. Pelas artes conseguimos transformar coisas brutas em finas.

    Já tive boas experiências de trabalhar a psicologia com a produção de teatro. Junto com  teatrólogos pude ver uma ideia se transformar em um texto e virar peça teatral, para encerrar-se em aplausos, êxtase. Uma condução artística é uma trajetória do nada para o tudo; como a trajetória de um bebê (um ser frágil) para um adulto, capaz de produzir, de amar.

      Não fazemos bebês, como artistas fazem uma tela. Mas pelas artes, aprendemos a moldar. Modelamos bebê, para que se tornem adultos maravilhosos.

     Assim, ambientes que possuem a capacidade de conviver com a produção artística e cultural e que cultivam culturas e as preservam, tendem a potencializar pessoas com maior sensibilidade para dialogar nas diferenças, para construir com   outras culturas processos civilizatórios. A arte e a cultura para o ser humano são como o mangue para o mar. Este se alimenta e respira por causa do mangue; os seres humanos tornam-se sublimes pela capacidade de sublimar (colocar em estado sublime). Se estiver com ódio ou nervoso, nada melhor que uma boa música para relaxar; ou uma boa piada para descontrair. Como a moral é construção como a arte, ambas se interligam com facilidade.


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