Racismo camuflado no BrasilPublicado em 04/07/2015 Nesta semana o Brasil assistiu mais uma manifestação racista, porém apareceu na mídia pelo fato da vítima ser uma jornalista global. Maria Julia Coutinho, que faz a previsão do tempo no Jornal da Globo JN recebeu vários ataques no facebook do Jornal Nacional, com ofensas sobre sua raça. Ataques racistas que trazem a tona o quanto estamos vivendo esta intransigência social. Um legado de um país que só aboliu a escravatura por pressões internacionais, e ao fazer, deu uma falsa liberdade aos negros. Livres mas sujeitos aos seus feitores e ex proprietários. Ganharam a liberdade mas não ganharam a terra para serem proprietários. Saíram da porteira das fazendas, sentiram o ar de ser livres mas tiveram que voltar para pedir emprego aos seus antigos proprietários. Dizem historiadores que a Princesa Izabel assinara dois documentos, o da Lei Áurea e o da posse de terra. Mas o da posse de terra ficou engavetado. Temos a tendência de acreditarmos que somos um povo ordeiro, generoso, voluntário e sem preconceitos religiosos ou raciais. Doce engano. Tudo bem que uma das grandes culpadas por esta falsa imagem do povo brasileiro, a Globo, nesta semana se vê vítima daquilo que ela mesma camuflou ao longo de sua existência na sociedade brasileira, o racismo camuflado do povo brasileiro. O jogo publicitário que vende a ideia que moramos em um país “... abençoado por Deus e bonito por natureza...”, que não têm crises, catástrofes e de um povo ordeiro e feliz não cola com a nossa realidade. Mesmo uma jornalista talentosa como a Maria Júlia, e muito simpática, funcionária da Globo, sofre na pele a humilhação pela cor da pele. Imagine o negro, cidadão comum no seu cotidiano. De fato o racismo é uma ação que lesa a alma vítima dele, humilha e faz sofrer. De fato, não é fácil ser negro neste país onde orgulho é ser descendente de italiano, alemão, português ou espanhol. Onde muita gente fica indignada com as cotas para negros, não entendendo que ela é uma forma de reparar os danos da crueldade que a nossa história provocou aos afrodescendentes que representam 70% da sociedade brasileira segundo a UNESCO. |
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