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Sexo e olimpíadas

Publicado em 20/08/2016


Nas olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro, presenciamos nos noticiários da grande imprensa, a face de lazer dos atletas olímpicos no campo sexual. Atleta é gente que precisa de lazer, e com certeza, em uma vila olímpica, após a finalização de um ciclo olímpico de quatro anos, quando cada atleta terá seu resultado favorável ou não, o ambiente torna-se um espaço de encontros, festas e provavelmente muito sexo.

A atividade sexual trás elementos de lazer, de descarrego de estresse e até como meio de elaborar frustrações. Assim, é muito lógico que entre atletas com estruturas fisiológicas  bem desenvolvidas, corpos sarados, jovens bonitos, o encontro sexual torna-se algo previsível.
Podemos pensar as notícias envolvendo o sexo entre atletas ou a pratica dos mesmos na cidade do prazer, alguns elementos sobre a sexualidade humana na perspectiva da consciência cidadã. Tendo como consciência cidadã a capacidade do indivíduo em viver no coletivo com respeito ao outro, ao diferente, e ao sistema tanto da vida social como ecológica.

Assim, quero simplesmente trazer para reflexão alguns elementos dos noticiários dentro desta temática que vai nos revelar que nem sempre a prática esportiva e o ambiente esportivo garantem consciência cidadã. Até por que, a grande maioria dos atletas que chegam a uma olimpíada é profissional, e está buscando apenas superar seus recordes, representar o poderio da nação que representam, e responderem com seus resultados aos seus patrocinadores que exigem resultados.

Pensemos no episódio onde os administradores da vila olímpica detectaram que o esgoto da vila quase entraria em colapso, podendo causar mais um desastre no sistema sanitário, tendo como motivo principal a quantidade exagerada de preservativos que foram jogados pelos vasos sanitários (privadas) nos apartamentos da vila olímpica. Podemos observar com esta informação que ao transar com preservativo, os atletas pelo menos revelaram uma consciência pessoal de preservação pessoal, mas uma péssima percepção da preservação ambiental. Transar com preservativo é politicamente correto e a galera da prevenção às DSTs podem vibrar por este resultado. Mas o ecossistema fica triste, pois jogar plástico para ser desembocado no sistema de esgoto que depois vai para o sistema fluvial da cidade é simplesmente inconsequente. 

Outro episódio foi o da atleta brasileira que estava com sua parceira esportiva em um dos apartamentos e resolveu levar um amigo atleta para seu quarto proporcionando um encontro de lazer sexual. Até aí, tudo bem. Mas a consciência falhou exatamente por que sua parceira de apartamento chegou na hora do lazer e ficou horrorizada, pois a amiga não lhe comunicara e ela mesma não queria que seu espaço fosse invadido, até por que estava em concentração para os jogos. Este fato foi comunicado ao comitê olímpico brasileiro. Estar com a  colega dividindo um apartamento como se o apartamento fosse só dela. Um ato nada coletivo, e olha que estavam como dupla no mesmo esporte, imaginem o resultado olímpico desta dupla.Foi péssimo.

O terceiro e último episódio a ser refletido, foi a cena do jogador de basquete do time americano, que na madrugada carioca foi a uma casa de prostituição com outros colegas da comitiva americana, e passou uma noite intensa com uma das garotas de programa desta casa. A atividade sexual foi tão intensa que a garota pediu para ficar descansando o resto da semana de sua atividade profissional. Pode ser por que o atleta tenha pago uma boa quantia financeira por fora, ou por que tenha usado intensamente o corpo da garota. Aqui temos vários elementos de consciência cidadã, uma delas e que de fato me incomoda, é que no Brasil o turismos que mais rende dividendo econômico  é o sexual. O Brasil é conhecido no mundo principalmente pela sensualidade das mulheres e o sexo praticado com liberdade, mesmo que esta não seja nossa realidade. Nesta cena, vemos  a cabeça de um atleta e de vários atletas que ao imaginar o Rio 2016 com certeza já associaram com o possível lazer sexual, e o turismo da prostituição. É sempre bom lembrar que a prática da exploração sexual remunerada no Brasil não é autorizada e não há um processo de descriminalização desta prática, como acontece, por exemplo, na Alemanha onde as profissionais do sexo são cadastradas e há uma área livre para esta prática de forma organizada.

Enfim, o lazer sexual reserva um elemento inconsciente sem precedentes. É o forte processo regressivo que o ato sexual pré dispõe os amantes, levando a ações que fogem da consciência e de qualquer possibilidade do contato com a realidade. Dependendo do momento, do ambiente e levando-se também o fator etílico do lazer que é um forte estimulante para o encontro sexual sem compromisso, tipo “sexo pelo sexo”, não podemos esperar que o sujeito, mesmo com toda sua capacidade atlética, disciplina competitiva e formação acadêmica, consiga preservar sua integridade e consciência cidadã.

O Rio 2016 vai confirmando  este legado para o Brasil: “... somos um país sexual, abençoado por deus e orgástico por natureza, mas que beleza...”
 


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