Saudade de Flávio GikovatePublicado em 14/10/2016 É com pesar que nesta manhã pelos jornais de circulação nacional soube do falecimento de Flávio Gikovate. Psiquiatra e Psicanalista, Gikovate tornou-se uma forte referência das reflexões da sexualidade conjugal, das tramas do amor e conseguiu traduzir questões complexas da psicanálise em um linguajar de fácil entendimento ao público leigo sem perder seu teor teórico, técnico e científico. Gostava muito de assistir suas palestras no programa “Café Filosófico” da TV Cultura. Sua postura de falar de coisas sérias com suavidade fez dele um profissional liberto das amarras das sociedades de Psicanálise que injeção os profissionais da Psicologia e Psiquiatria por conta de normas burocráticas dos discursos rebuscados que escondem ignorâncias sistematizadas. Como ele tem outros, como Rubem Alves, Hélio Peregrino e muitos, que triunfaram na carreira de analistas, mas não foram reconhecidos como Psicanalistas de fato. Minha identificação com Gikovate passa por aí. Um pesquisador livre e autônomo, que consegue contextualizar sua clínica a partir da antropologia de seu povo. Não é a toa que a TV Cultura tinha em Gikovate uma forte referência de ensino. Perdemos este personagem incrível da Psiquiatria e Psicanálise brasileira. Fica sua obra com mais de 30 livros publicados. O último lançado ainda neste ano de 2016. Neste, Gikovate faz uma releitura de sua carreira como analista e traz novas abordagens e reflexões a partir das novas emergências da sociedade contemporânea. Uma delas sobre a percepção que o amor romântico já é coisa do passado, e que os relacionamentos conjugais deveriam pautar na abertura e autonomia dos cônjuges. Vale à pena conferir seus livros. |
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