O homem que morreu feliz | Ode a Hélio Rosa RibeiroPublicado em 09/01/2017 No dia 10 de dezembro de 2016, por ocasião da confraternização da “Família Focolare” da grande Vitória-ES, tive a oportunidade de me encontrar com o sr. Hélio, uma pessoa muito alegre, feliz. Mesmo lutando contra o câncer, sempre se apresentava em todos os lugares com muito dinamismo, fervor Cristão e fidelidade aos amigos, à família e ao Movimento Focolare. Conversei um bom tempo com o Hélio nesta confraternização e ele me dizia que estava fazendo seu tratamento de quimioterapia para solucionar a melhora de vários órgãos. Citou na conversa pelo menos uns quatro órgãos. Pensava comigo: - Acho que ele está com metástase! E ficava imaginando se de fato ele sabia ou não de seu estado físico e do avanço de sua doença. Pelo visto passava a ideia que não sabia, mas tenho a impressão que assim o fazia por que precisava arrumar uma forma de deixar todos os seus parentes e amigos tranquilos. Pelo tempo de convivência que já tive com o Hélio, sei que ele era um homem muito cheio de conhecimento, tanto político, econômico, social e principalmente religioso. Por isso, acredito que ele sabia de sua condição física e de seu estágio terminal. Na conversa, dizia que estava se preparando para ser convocado para a seleção brasileira em março de 2017. Sorridente, abraçava a todos e transmitia seu entusiasmo pela vida. Nas reuniões e encontros do Movimento Focolare, parece que era o lugar onde mais se sentia feliz. Construiu seu referencial de vida tendo como lema: “Tu me alegras Senhor, com as tuas maravilhas.”(Sl 91,5). Na segunda feira Hélio é internado e vem a falecer no dia 12 de dezembro de 2016 aos 79 anos de idade. Neste dia fiquei muito triste, entre um atendimento e outro, sempre me vinha à imagem do Hélio. De fato, perdemos um grande homem, destes que deixará saudades e cujo sorriso, alegria e Fé jamais serão substituídas. Um homem insubstituível. Na mesma semana, atendendo na cidade de São Mateus-ES, encontrei-me com o porteiro do condomínio que eu residia e na qual o Hélio e sua esposa Mariazinha sempre estavam por lá. O senhor Jadilson estava triste e me dizia da morte do Hélio: “Seu Gerson, viu só quem morreu? O senhor Hélio! Nossa, como aquele homem era alegre, sempre que vinha aqui ele falava com todos e sempre com entusiasmo e sorriso no rosto.” O Hélio com sua esposa Mariazinha constantemente visitavam a filha Regina, o genro Cláudio e os netos Felipe, Gabriel e Raquel. Esta família que tive a graça de conviver por muitos anos. Vimos nossos filhos crescerem no mesmo condomínio, e consequentemente sempre tínhamos contato com o Hélio. Também nos encontros de Palavra de Vida e da Mariápolis do Movimento Focolare. Desta forma, o Hélio foi construindo em mim, no meu imaginário, uma referencia de Cristão. Sempre questiono nossas atitudes como Cristãos, mesmo sendo um e quase que convivendo só entre Cristãos, por que somos muito contraditórios entre o que pregamos e o que vivemos. Com o Hélio era diferente, percebia uma sincronia entre a escolha de ser Cristão e sua prática. Nele, a Fé e as obras estavam juntas. De fato, quando conversava com o Hélio, reascendia a esperança em mim de um dia ser como ele: coerente, fervoroso, justo e desejoso da santidade. Sei que se eu não conseguir chegar lá, Deus me providenciou uma pessoa para saber me espelhar, e se nos percalços do caminho me desviar, não poderei dizer que não tive referências e que Deus não me mostrou. Deus sempre mostra de alguma forma. Sei que na pessoa do Hélio, Deus sempre me mostrava o caminho. Seu empenho na Obra de Maria, que é o Movimento Focolare, arrastou muita gente para a prática da comunhão fraterna e da unidade no Amor ao próximo. Seu ícone depois de Jesus e Maria, com certeza era Chiara Lubich, nome que sempre referenciava. Por isso mesmo que a Família Focolare guardará a imagem do Hélio como uma referência da prática Cristã. Sua simplicidade, alegria e entusiasmo jamais passarão. Agora Hélio, rogue por nós! Daí do Céu olhe por nós. Interceda por nós junto ao Pai. Pois assim cremos, pois assim entendemos. Você vive entre nós. Vamos continuar o sonho da construção da civilização do amor, precisamos de sua força. |
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