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Uma selfie para a morte

Publicado em 05/06/2017


Luiza Lorellay, 25 anos, modelo que participou do Reality Show “Casa Bonita” (2013) transmitido pelo canal Multishow e disputou o Concurso Miss Rio de Janeiro em 2011 e 2012 (vice campeã e finalista respectivamente),  foi vítima de um acidente surreal. Ao se posicionar na varanda do prédio onde morava no bairro do Leme/ RJ para fazer uma selfie, se desequilibrou de uma banquinho e caiu. Luiza era também atriz, pintora, poeta, cantora e compositora. Apaixonada por fotografia e paisagismo. Uma pessoa cheia de talentos e um futuro promissor. 

Muitos podem dizer ser apenas uma fatalidade, mas meu olhar clínico e os vários anos de experiência posso afirmar que como ela muitos jovens estão sendo vítimas da tecnologia. Ela, pela selfie do celular; outros atropelados, por estarem ouvindo os “hits do momento” nos fones de ouvido conectados aos celulares; outros muitos em assaltos por estarem com celular em ambientes públicos conversando com alguém e desconectados do ambiente, até chegar um ladrão. Assim, vamos assistindo o drama de uma tecnologia que contagia e até hipnotiza nosso estado de consciência, com tanta força que é capaz de levar as pessoas à perda da realidade, da malícia e da capacidade de medir perigo. 

Tenho recebido com frequência  na minha clínica de psicoterapia, um grande número de crianças e adolescentes que estão perdendo o contato com a realidade e chegam como se estivessem surtados. E o motivo é quase sempre o excesso de tempo conectados a um celular. 

Assim como na famosa história de Narciso que nunca tinha visto sua própria imagem, e que ao se deparar com seu rosto refletido no espelho de águas na lagoa de águas cristalinas, pela primeira vez,  ficou tão encantado com sua beleza refletida, que acabou se afogando no lago. Hoje vemos este modelo mitológico se refletindo na realidade dos hábitos os quais a cada dia vamos nos impregnando. Nossas selfies de hoje são as águas espalhadas dos lagos que refletem nossas imagens e nos levam a morte. Na selfie do celular vamos construindo falso self da existência. Uma alto imagem disfarçada de irreal. 

Este processo viciante contagia até pessoas talentosas e prósperas como a modelo Luiza Lorellay. Que por esta dor e sofrimento, a qual seus familiares e amigos com certeza estão passando, nos alerta um pouco mais para cuidarmos de não ficarmos estagnados e hipnotizados pela tecnologia.


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