A unidade na família. É possível? Sobre família*Publicado em 28/08/2017 Em uma série de artigos, estamos refletindo o tema: A unidade na família. É possível?. No primeiro artigo focamos no termo unidade, se você ainda não conferiu é só clicar no título do artigo: A unidade na família. É possível? Sobre unidade*. Neste artigo iremos focar em outro entendimento necessário que precisamos ter para vivermos a unidade em família, vamos conceituar a família. Que parece ser simples também, mas dentro de uma perspectiva cristã torna-se complexa. E mais complexa ainda no limiar de novas formas de se pensar a família. A família concebida nos moldes da revolução industrial e aceita até então na sociedade ocidental é aquela constituída de pai, mãe e filhos. Porém, no modelo judaico/cristão a família é uma união de pessoas que tem sua função no coletivo. Há a preservação do núcleo biológico, mas ela existe no coletivo. A revolução industrial trás a família para dentro de casa com objetivo de deixar a mulher cuidadora do lar e o marido operário na indústria. Ao convertermos nosso olhar para a FAMÍLIA DE NAZARÉ corremos o risco de trazer o Evangelho na perspectiva do pós-industrial, isto é, de tentar enquadrar o Evangelho em uma forma que nunca vai dar certo. A família cristã tendo como referência a família de Nazaré vem de uma realidade em que o núcleo pais e filhos é preservado porém só existe no coletivo. “Não é ele o nazareno?”, hoje falamos: “Não é ele da família X, Y ou Z”? Por isso que ao tentarmos viver o cristianismo no núcleo familiar temos a tendência de querermos uma religião de louvores, de benefícios pessoais. No modelo cristão, a preocupação está no coletivo na construção do reino. Podemos confirmar este modelo de família de Nazaré na passagem de Jesus aos 12 anos no templo (Lc 2). Qual de nossos filhos aos 12 anos, formados por nós, consegue ou conseguiu saber da bíblia a ponto de dialogar com os doutores da lei? Nossos filhos hoje são conteudistas, sabem parcialmente os conteúdos que a escola tenta passar. Jesus foi educado para o conhecimento da história e missão do seu povo. Nossos filhos hoje, são educados para o empoderamento e sucesso pessoal. Nossas viagens são coletivas como as que a família de Nazaré realizou, ou cada um de nós no seu carro próprio, buscando o prazer individual? Confiamos no coletivo a ponto de despreocuparmos onde nosso filho está pela certeza de estar bem cuidado pela coletividade? Nesta passagem a família revela manter o projeto traçado e por isso limitam Jesus: “Não é chegado a sua hora”. A obediência é prevalente e o respeito as diferenças também: “E ela guardava no coração” . Neste lugar e época, a autonomia cívica se dava aos 30 anos de idade, para de fato um cidadão assumir seus atos. Na nossa sociedade acreditamos que aos 16 anos já podem ter a liberdade. Assim, para vermos a unidade em família é necessário termos clareza sobre qual família estamos falando. *Texto apresentado em 20/08/2017 no encontro das Famílias Novas – Nova Venécia/ES |
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