Com a nota do ENEM, qual curso você vai fazer?Publicado em 17/10/2018 Com a expansão do Enem no sistema SISU, em que a nota do aluno pode ser colocada para seleção em universidades públicas e privadas de todo o Brasil, muitos alunos começaram a ter dificuldades para decidir qual o melhor curso e a melhor profissão a seguir, assim também como na escolha pela melhor faculdade/universidade, levando em consideração motivos logísticos, financeiros, etc. Além do SISU e suas facilidades de se ingressar em uma universidade pública, temos o sistema Prouni que favorece bolsas de estudo para as faculdades particulares. Neste processo as faculdades selecionam as melhores médias associando as exigências de faixa salarial da família, conforme as regras do programa. Depois no ENEM, o que fazer? Desenvolvo o processo de Orientação Profissional/Vocacional desde 1987, quando ainda era aluno do curso de Psicologia na UNESP de Assis - SP e participei de um projeto de orientação profissional em uma rede de ensino médio particular naquela cidade. Antes disso, em 1983, fiz um processo de orientação profissional para decidir a minha escolha, pois na época estava em dúvida entre Agronomia, porque fiz o curso de técnico agrícola e trabalhava com esta profissão por 3 anos, e o curso de Psicologia. Com a orientação pude ter coragem de escolher a Psicologia e sei que foi a melhor escolha. Como fui muito beneficiado com o processo de orientação profissional, sempre desenvolvi projetos para escolas e também na clínica particular para orientar jovens na construção de sua carreira profissional. Processo este, que começa a ter relevância já no 2º ano do Ensino Médio. Hoje sabemos que 45% dos universitários abandonam o curso que estão fazendo até o terceiro ano da faculdade porque não se identificam. É muito tempo e dinheiro desperdiçados por escolhas mal feitas. Escolher um curso para exercer uma profissão requer um olhar minucioso sobre talentos, habilidades e atitudes. É escolher algo que servirá como alicerce profissional para toda vida, principalmente quando estiver exercendo a profissão, trabalhando por quase 12 horas diárias, por pelo menos por 30 anos. Uma escolha que deve ter significado e estar bem encaixada não só com a busca por desempenho econômico e estabilidade, mas deve estar antes de tudo associada à identificação, paixão, encantamento e lógico pela busca de resultados tanto profissional como financeiro. Hoje o leque de profissões passa da casa de 216. Contudo, é preciso estar atento às demandas das profissões. Muitas destas que atualmente são fortes no mercado, há previsões de deixarem de existir no futuro. Outras se tornaram mais fortes e mais procuradas. Um jovem pode escolher desde Medicina (no Brasil é ainda a única que dá chance de entrada imediata no mercado, porém fazer Medicina só por causa de sua demanda é um erro na escolha) como até a faculdade de Viola (USP Ribeirão Preto - SP). Um leque enorme de possibilidades que torna mais complexo quando o aluno está diante de um outro leque enorme de possibilidades de faculdades. Por isso que pelo sistema SISU, o candidato só pode citar dois cursos, como primeira e segunda opção, se não a escolha não fecha. Procurar ajuda profissional para uma escolha mais acertada... Já que o espectro para escolha é grande, e as opções de faculdade também, é melhor procurar uma ajuda psicológica para que seja a mais certeira possível. Principalmente se há muita dúvida sobre. Para muitos jovens que já tem sua escolha definida, indico que façam o processo de orientação profissional pelo menos para certificarem-se cientificamente desta escolha. Mas você pode estar pensando: “Será que o Psicólogo tem instrumentos para ajudar um jovem a fazer a escolha profissional?” Posso te garantir que sim. Esta área é uma das mais bem desenvolvidas na Psicologia, eu mesmo já fui beneficiado por ela em 1983. Hoje os processos estão bem mais evoluídos. Lógico que é bom desconfiar daqueles processos de "testetômetros", onde o profissional chega em uma sala de aula, coleta dados aplicando vários testes e depois volta entregando os resultados dizendo que o aluno deve fazer isso ou aquilo. Na minha metodologia de ajudar na escolha profissional utilizo testes psicológicos que só podem ser manuseados por Psicólogos devidamente registrados no CRP, associados a uma interatividade com o aluno, com pesquisas de campo familiar, pesquisa de mercado e da qualificação dos cursos universitários. Traço o processo com as diretrizes da Psicanálise para que o sujeito faça auto percepção de si, das aptidões, habilidades e atitudes e por ele mesmo se projete no futuro. Os testes não são definidores, mas sim somam na escolha. E quem escolhe é o próprio aluno, a partir da percepção de seu perfil pessoal e necessidades internas e externas. Nos últimos anos, tenho colaborado com jovens que chegaram até mim com baixa expectativa de escolha e muitos deles com a escolha ditada pelos pais ou amigos. Com o processo, se reencontraram e hoje me dão devolutiva de estarem muito bem no curso que estão fazendo ou já na profissão que atuam. Só para ilustrar, trago aqui o caso de um jovem que havia passado em Geologia na Universidade Federal do Pará, e não foi fazer pois achou que era fraco, já que estava na região Norte do Brasil. Contudo, no meu processo descobriu que na verdade o curso de Geologia no Pará era o melhor do Brasil, pois lá encontra-se um dos maiores recursos minerais do planeta. No ano seguinte ele prestou vestibular novamente pelo Enem e conseguiu passar, preferiu esperar para não ter que partir para um curso que não era o do seus sonhos. Outro caso foi o da menina que queria ser artista de teatro (atriz), mas seus pais desejavam que ela fizesse Medicina ou Advocacia. Como no meu processo eu procuro envolver os pais, quando há interferência na escolha, e trabalho também a árvore genealógica e a cultura familiar profissional, a menina assumiu que faria a faculdade de teatro e os pais aceitaram. Passou na USP de São Paulo na época e hoje é uma atriz muito bem sucedida no mercado, e seus pais são orgulhosos dela, pois é famosa na sua cidade por ter se tornado atriz global. O terceiro caso foi de um jovem de classe média baixa que tinha o desejo de fazer Advocacia e queria fazer numa faculdade de excelência. Porém, os pais não conseguiriam financiar a logística do filho para saírem do interior. Outro agravante era que este jovem é negro e cursou toda vida acadêmica em escolas públicas. No processo de orientação, este rapaz conseguiu ter tanta certeza que valeria a pena lutar pelo seu ideal que se mexeu e buscou informações. Passou na UERJ em Direito com as cotas destinadas aos negros, durante os anos acadêmicos conseguiu bolsa de estudos do Governo Federal e mais estágios que realizou no Rio de Janeiro. Terminou seu curso com índice acima de 9,0 e conseguiu inclusive uma bolsa de estudo pela UERJ para a Universidade de Coimbra - Portugal. Logo depois de 6 meses de formado já tinha trabalho com excelente remuneração e alto índice de satisfação. Diante destes 3 casos que listo acima, quero simplesmente passar esta realidade de que o processo de orientação psicológica profissional/vocacional traz excelentes benefícios neste processo de escolha do curso para uma carreira profissional. Um investimento que vale a pena, pois afinal, é uma longa vida que está em jogo. Atendimento on-line... Para jovens que estão mais distantes da minha clínica, desenvolvo um processo de orientação profissional via Whatsapp, sem no entanto utilizar de testes psicológicos, por não ser presencial. É uma atividade que tem o aval do Conselho Federal de Psicologia e que utilizo como espaço para pelo menos ajudar o aluno, mesmo pelo Whatsapp, a abrir o leque de percepções de si e de sua futura escolha. ![]() |
|||
| |||
|
Visualizações: 838
Autor: