Dos 14 aos 88 anos, a experiência da professora Ângela de Toledo na prevenção do AlzheimerPublicado em 25/01/2019 Este breve texto é baseado em uma história real. É a experiência de Dona Ângela de Toledo Martins, que tem 88 anos e é professora aposentada. Residente na cidade de Bauru-SP, Ângela me revelou que no ano de 2018 leu 24 livros. Ao falar sobre leituras, disse que quando estava com 14 anos, lera 54 livros da biblioteca da escola pública que estudava em Bauru na época, entre obras de Machado de Assis, José de Alencar, Fernando Pessoa, Jorge Amado, e muitos outros. Na conversa com Ângela, cheia de estórias e muitas boas façanhas e histórias, mostra-se muito atualizada. Lê também uma média de três revistas por mês. Uma saúde cerebral formidável. Diz que seu hábito de leitura aconteceu exatamente a partir dos seus 14 anos. E nunca mais parou de ler. E pelo visto não vai parar mesmo. Um hábito adquirido que contribuiu para a sua sanidade cerebral e intelectual. Mesmo já lhe faltando recursos físicos, sem condições de fazer muita coisa com sua força motriz, Ângela sabe ocupar boa parte de seu tempo com boas leituras. Pena que esta não é a realidade da maioria dos idosos no Brasil, que aprenderam nas suas histórias a exercer atividades manufaturadas sem muito exercício intelectual, principalmente o da leitura, e quando se encontram em idade mais avançada, sem os recursos físicos, tendem a ficarem ociosos vendo o tempo passar, o intelecto restringi-se e o conhecimento geral nas mãos de emissoras televisivas que só trazem desastre, crimes e mentiras. Ai ficam na TV, em novelas e jornais. A ansiedade vai a mil por hora, pois no tempo de parar e ficar no ócio criativo, acabam ansiosos por que passaram a vida inteira apenas em atividades manuais e nada intelectual. E quando a vida pede parada, ao estarem parados não conseguem se adaptar a esta realidade pois não sabem aproveitar a contemplação de uma boa leitura, de uma boa música, etc. Como o incentivo a leitura de livros nas escolas brasileiras, tanto publicas como privadas, vai de mal a pior. Só para terem uma ideia, nos anos fundamentais as escolas pedem o ridículo quantitativo de 3 livros por ano em média. Nossa média nacional de hábito de leitura não passa a casa de 2,5 livros por ano dentre os que sabem ler, e olha que 70% da população se enquadra no analfabetismo funcional, assinam o nome, leem mas não conseguem interpretar um parágrafo da leitura lida. Recentemente acompanhei um estudo que está sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através de pesquisas que podem ajudar na prevenção do Mal de Alzheimer. O segredo é a atividade física aeróbica. Maravilha, isso serve até que idade? Serve até quando o corpo aguenta. Nisso a Ângela foi campeã, nunca parou e sempre esteve em movimento, tanto aeróbico como de conhecer cidades pelo mundo. Ela já andou muito em muitas ruas de muitas cidades pelo mundo. Mas a Ângela agora aos 88 esta com muitas debilidades físicas e não mais consegue se movimentar de forma aeróbica, como desenvolveu uma boa aeróbica para o cérebro através da leitura, Ângela continua se prevenindo da perda de memória. Por isso, como estamos prestes do início do ano letivo, vai ai uma boa dica para ajudar a moçada a adquirir hábitos de prevenção a saúde cerebral no futuro, coloquem a moçada para lerem e muito. Uma criança precisaria ler de 3 a 4 livros por mês, mesmo em períodos de férias. Aí sim, pode acrescentar esporte e muitas outras atividades. Este hábito é recurso para a velhice da moçada nova de hoje e também é recurso para o presente, na capacidade de interpretar, pensar e avançar nos estudos. Mas não esqueçam de colocar a moçada para fazer coisas práticas, uma jardinagem, uma boa comida, limpeza da casa, artefatos manufaturados, etc. Pois um sujeito com muita leitura e pouca agilidade manual também não serve para muita coisa no futuro. Sabendo que as atividades manuais ajudam a potencializar o cérebro, é preciso fazer a moçada avançar tanto no campo intelectual como no campo prático. Enfim, é uma engrenagem de ação prática e busca de conhecimento intelectual. Agradeço a nossa querida Ângela da cidade de Bauru-SP, por este testemunho. Eu pessoalmente, após conversar com a Ângela, fiquei mais animado ainda em ler, ler muito. Estou me preparando para meu futuro após os 85 anos, criando hábito de leitura de muitos livros, jornais e revistas e aprendendo a usar as mãos com atividades práticas, além da aeróbica constante pela corrida. |
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