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Coringa, o filme da década

Publicado em 14/10/2019


Fui ao cinema já tendo lido vários comentários sobre o filme Coringa. Uns muito desesperadores, conduzindo o público a ir ao cinema já com a ideia de que encontraria um estímulo estarrecedor para a violência urbana, outros acentuando os preconceitos em torno dos portadores de doenças emocionais, tipo: "um filme de louco e psicopata", e alguns vendo no filme uma luz para a análise sociológica da realidade atual da humanidade. 

Confesso que fui com um pé atrás. Seria mais um destes filmes de vilões e mocinhos super-heróis, de violência gratuita, tão apetitosos a Hollywood? 

Mas o que encontrei foi uma direção de Todd Phillips a qual, com certeza, teve auxílio de muita gente das ciências humanas. Phillips consegue fazer um filme surpreendente a cada cena, encadeamento que não nos dá a percepção do desfecho antecipado do filme. É uma obra de arte, tanto em fotografia como também na célebre interpretação do ator Joaquin Phoenix. 

Filme gerador de debate e reflexão 

Saí do cinema tão excitado que, mesmo chegando em casa depois da meia noite, já queria produzir vários artigos sobre o filme. Pois esse é um filme múltiplo, que abre margem para conversarmos sobre várias facetas e campos do conhecimento. Eu mesmo fui levado a pensar sobre o resultado das diferenças gritantes entre ricos e pobres; sobre o por que dos super heróis serem medrosos e dependentes; sobre a luta antimanicomial, da qual participei do primeiro congresso em 1987  na cidade de Bauru - SP, e que pauta minha carreira profissional como Psicólogo nesta perspectiva; sobre o abandono ao doente mental e o sucateamento das políticas públicas e a perspectiva de inclusão social; sobre a ascensão de salvadores da pátria na imagem de políticos que prometem o mundo e o fundo mas associados a discursos messiânicos e fascistas, xenófobos e discriminatórios. De fato, um filme que está gerando e vai gerar muito debate. Pode ser que ele não seja o grande ganhador do Oscar, porque Hollywood parece não gostar de filmes que questionam a própria podridão do sistema americano. 

Cheguei em casa com a nítida sensação de que acabara de assistir a um "filme arte", destes raros de se ver em HollyWood. Indico, vale a pena assistir e conversar sobre o filme, pois há sempre um coringa dentro de cada um de nós. Este é o maior incômodo do filme, o diretor nos conduz para nos vermos em cada cena e em cada episódio, tanto no campo pessoal como no campo coletivo.


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