Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG)Publicado em 16/07/2020 O Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) é uma das patologias mais populares atualmente, assim como o da Depressão. Aliás, tenho dito que a Ansiedade e Depressão são almas gêmeas, pois quando o quadro é a Depressão, a ansiedade vem a reboco numa relação de “corre medinho que o medão te pega”, como fuga da depressão, projeta-se na ansiedade, e vice versa. Dentro desta nossa sequência de temas sobre os Transtornos Mentais a partir dos indicativos do CID 10, que é o código internacional de classificação e estatística sobre doenças, tendo os campos específicos para os mentais, o Transtorno de Ansiedade Generalizada se enquadra na classificação do CID 10 como F 41.1 e está dentro dos quadros de ansiedade F41, que é o carro chefe de todos os quadros de ansiedade. Sintomas primários do Transtorno de Ansiedade Generalizado O Transtorno Generalizado de Ansiedade é diagnosticado a partir da percepção dos seguintes sintomas:
Com alguns outros sintomas primários, isto é, que já estão incorporados na constituição de identidade do sujeito, como: Apreensão contínua e flutuante; Tensão motora; Hiperatividade autônoma ( com várias sensações corporais ). Em relação à Hiperatividade autônoma há muita confusão com o Transtorno de Défict de Atenção. Neste sentido, o diagnóstico da Ansiedade Generalizada não pode ser confundido com a Hiperatividade, por que o processo de tratamento é diferenciado. Tem muita gente tratando Ansiedade como o TdAH (Hiperatividade), que é um quadro que afeta muito o campo dos estudos e os processos de cognição pela grande dificuldade do paciente em se concentrar em algo específico. Porém, se o quadro for, na realidade, a Ansiedade Generalizada propriamente dita, o tratamento poderá trazer mais irritabilidade ao paciente. Como um exemplo simples, o paciente é diagnosticado com hiperatividade e passa a ser medicado com a Ritalina, mas o carro chefe de seu transtorno é a Ansiedade Generalizada, o resultado será um agravamento da ansiedade, pois a Ritalina vai dar resultado para os quadros de Hiperatividade específicos, colaborando na concentração. Quando este diagnóstico se confunde, e é fácil de confundir, pois em ambos os casos a pessoa tende a procurar fazer várias coisas ao mesmo tempo, além da irritabilidade acentuar há o risco de se desenvolver comportamentos obsessivos. Outra confusão está em diagnósticos de Fobia, Pânico, Obsessivo Compulsivo, que são sintomas secundários dentro do quadro que tem a Ansiedade como mola mestra. Pois estes sintomas quando estão no plano principal de sintoma, são diagnosticados como transtornos específicos. Tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizado O tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada, é preciso ser conduzido com cuidado para não provocar com a intervenção medicamentosa o desencadeamento de episódios depressivos, pois no processo de se frear a ansiedade, o sujeito pode cair no quadro depressivo. No processo de psicoterapia, prometer que o paciente vai eliminar a ansiedade é uma falácia, pois a ansiedade estando no nível generalizado já é indício de que a pessoa tem como referencial existencial a ansiedade. Assim, imaginem um empresário que é movido pela ansiedade, de ansiar sempre o sucesso de sua empresa, ser totalmente contido na sua estrutura interna de ansiedade, tornar-se-á um empresário falido, principalmente num país como o Brasil que o sistema econômico crítico não favorece muito empreendedores a empreenderem. É preciso ter uma forte pitada de ansiedade neste caso. Muitos casos de Transtorno Generalizado de Ansiedade vêm associados com o Transtorno misto de ansiedade, em que a depressão sempre bate à porta do sujeito. Porém se mantém como fator principal a ansiedade. Aqui sempre vemos a tendência de querer enquadrar o paciente em transtorno bipolar, que, como já vimos no artigo "Depressão - transtorno mental a partir do CID 10", se dá por outros critérios. O processo de psicoterapia, para colaborar com o paciente com o diagnóstico do Transtorno de Ansiedade Generalizado, não é tão simples pois os pacientes tendem a abandonar o processo com poucas sessões de psicoterapia, pois a ansiedade estará sempre jogando eles para frente, e com um pequeno sinal de melhora do sintoma, já acreditam que podem se dar alta. Lembrando mais uma vez que a cura não é a eliminação do sintoma, mas a capacidade de lidar com o sintoma sem que ele domine a pessoa retirando dela a capacidade de viver seu cotidiano de forma plena. Trocando em miúdos, é quando a pessoa descobre que a sua “loucura” é que pode movê-lo para a realização dos sonhos pessoais. Veja mais artigos sobre transtornos mentais: |
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