A construção da saúde emocional – caminhos possíveisPublicado em 29/10/2024 Se perguntar para qualquer pessoa andando pela rua se ela deseja ter Saúde Emocional, lógico que a resposta será “sim”. Mas, ao pensarmos neste assunto em particular, precisamos colocar com mais clareza do que estamos falando, detalhar o que é este conceito. Considero a saúde emocional o resultado da vivência cotidiana de uma pessoa que é capaz de fazer escolhas por si mesma, preservando sua forma de ser e se colocar no mundo. Lógico que esta capacidade de fazer escolhas é muito relativa, pois o sujeito que deseja, por exemplo, sair matando outras pessoas, estará ferindo uma norma coletiva constitucional em que pessoas não podem matar outras pessoas. Mas, se tomarmos a ideia de escolhas enquanto forma de ser no mundo, identidade pessoal e singularidade na forma de ser, então podemos entender que saber os motivos pela qual está se agindo em diferentes situações do cotidiano, usando da autonomia para a própria escolha e da configuração de um cidadão com melhores condições de pontuar saúde emocional. Do contrário, quando uma pessoa é regida pelas escolhas de terceiros em vez das próprias, viverá em um processo contínuo de dependência, e, consequentemente, se pré-disporá para uma não-autonomia na sua estrutura e subsequentes decisões, abrindo um campo de possibilidades de sintomas. E tais sintomas são resultados diretos de estruturas emocionais que vamos construindo ao longo dos anos e que eclodem em quadros bem definidos de transtornos. Nesta altura, é possível questionar: Existem pessoas que se encontram na capacidade de viver plenamente a saúde emocional? E a resposta é simples: Sim, existem.
Como viver plenamente a saúde emocional?
Se este caminho não fosse possível, não teria sentido a Psicologia e suas várias formas e tendências de desenvolvimento teórico e técnico. O problema é que confundimos a questão de vivenciar a saúde emocional com não passar por sofrimentos, dúvidas ou problemas. Pelo contrário, o sujeito que se apresenta com saúde emocional não vai negar seus problemas e desafios a superar, mas vai entender os motivos e se posicionar sobre eles, assumindo uma escolha no processo. Exemplo: Pessoas que estão com sintomas de depressão, mas conseguem entender sua situação e busca compreender a origem para se posicionar de modo a sair deste quadro. Neste exemplo, não estou dizendo que uma pessoa com saúde emocional não passe por uma depressão, mas que, ao trilhar o caminho da saúde emocional, a pessoa poderá passar por sintomas que ameacem a sua saúde, mas se colocará na busca se um caminho para sair da situação sintomática. Do contrário, alguém que não se enquadra no esquema de saúde emocional, vai negar a depressão e, consequentemente, não buscará ajuda. Posso afirmar que dois processos para a construção da
saúde emocional podem conduzir-nos para
uma pessoa com um perfil de saúde emocional plena: Primeiro, pelo processo de
análise pessoal através de uma
psicoterapia e/ou uma análise específica em psicanálise, na qual o sujeito se coloca como um cidadão
analisado e munido de recursos para livremente fazer escolhas, tendo mais estrutura para se entender no mundo e saber
quem deseja ser e como deseja estar.
Em segundo lugar, por ações que levam a pessoa a elaborações sobre seus limites e conflitos, utilizando de seus
potenciais e habilidades para se superar, necessariamente não passa apenas por uma psicoterapia e/ou análise. |
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