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A simbologia da oração da Ave Maria

Publicado em 11/10/2015


No dia 12 de Outubro de cada ano  celebra-se no Brasil o dia de sua padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Um feriado nacional que está associado ao dia das crianças e ao mesmo tempo à Igreja Católica; tornando-se assim um feriado indigesto para muitos brasileiros evangélicos ou não Católicos. 

Mas sabemos que dentre os evangélicos, muitos são os fiéis que eram católicos e que um dia tiveram acesso à simbologia de Maria como mãe de Jesus. E não ousam questionar e nem duvidar deste dogma da Igreja Católica, principalmente na imagem de nossa Senhora Aparecida, que vem em um contexto histórico onde a sociedade brasileira vivencia o processo de escravatura. E Ela, Aparecida, questiona esta relação do poder humano de escravizar pessoas.

Lembro que quando ainda jovem, um pastor de uma destas igrejas evangélicas aparece no jornal nacional chutando a imagem de nossa senhora de Aparecida. Esta cena chocou o Brasil. Depois sabemos do paradeiro deste pastor, que adquiriu um câncer na perna em que chutara a imagem  acabou se convertendo ao Catolicismo.

Diante deste cenário, quero deixar minha contribuição reflexiva a este dia de feriado nacional pela Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, analisando a simbologia da “Ave Maria”. Uma oração contemplada por muita gente mas que as vezes passa por desapercebido pelo próprio fiel orante:

AVE MARIA CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONVOSCO (Lc 1,28) - Maria é colocada como aquela que Deus escolheu e viu graça diante Dele. Uma mulher agradável, uma jovem formada por uma família de fé  na qual sua mãe a dedicara ao templo judeu de sua época. Com isso Maria era uma menina moça diferenciada, que passara parte de sua vida estudando a história do povo de Deus a partir dos judeus e com isso conhecedora do projeto de Deus para a humanidade na ótica daquela comunidade.

BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES (Lc 1, 42) – Maria Mulher. Diferenciada dentre as mulheres por ter sido fiel ao chamado de Deus. Confiou em uma história, a história da Salvação. Esperou, confiou, suportou e sempre esteve junto. Com sua força arrebanhou os apóstolos para a construção da Igreja de Cristo logo após a ressurreição de Jesus, quando todos, menos João, haviam fugido para não serem pegos pelos Judeus. Um mulher diferenciada, modelo de força e coragem.

BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE JESUS (Lc 1, 42) – Maria foi concebida por graça de Deus anunciada pelo anjo Gabriel que no Evangelho de São Lucas, capítulo 1 versos de 26 a 38 temos todo um processo que caracteriza os motivos pela qual Deus a escolhe entre as mulheres: noiva de José, virgem, pois não tivera relação sexual com um homem, e fiel ao projeto de Deus para aquele povo que esperava o messias. Ela, conhecedora da palavra e da história de seu povo sabia do significado daquele anúncio.

SANTA MARIA MÃE DE DEUS (Lc 1,43)  – Se existe um Deus que se faz carne ( Evangelho de São João cap 1, 1) existe consequentemente uma mãe. Pela divindade de Jesus, o dogma ( aquilo que só se explica pela fé) Maria, é a mãe de Jesus e assim pertence à história da salvação. Muitos negam a pessoa de Maria, como se Jesus tivesse nascido de uma  mulher qualquer por que defendem teologicamente a ideia que se focarmos nas personagens adjacentes da história da salvação tiramos o olhar e objetivo primeiro que é a pessoa de Deus em Jesus. Porém como podemos negar uma mãe neste processo histórico? Aqui é o dogma da Santíssima trindade onde o Filho Jesus que é Deus encarnado na forma de homem. Assim, Maria torna-se mãe de Deus. Uma grande afronta entre cristãos não Católicos que só sustentam a religião na pessoa de Cristo. É dar muita ênfase à uma mulher dentro de uma teologia que insiste num Deus a partir da imagem do masculino. Maria , uma mulher mãe de Deus é resgatar a importância da mulher na história da humanidade e no plano de Deus. 

ROGAI POR NÓS PEGADORES – Aqui Mariaa é aquela que faz a intermediação junto ao filho Jesus, uma lógica ligação com o filho, que de fato na história da salvação é o mais importante, mas que veio de uma mãe. Maria, pela Igreja Católica é reconhecida na condição de mãe e assim na condição de intercessora junto de seu Filho pela humanidade. Podemos solicitar a ela uma intermediação, sua intercessão. É como quando desejamos falar com alguém importante, e se conhecemos a sua mãe, pedimos que ela articule o acesso a esta pessoa importante. Importante sem dúvida é a pessoa de Jesus na qual solicitamos por intermédio de Maria interlocução junto a seu filho. Ser amigo de Maria é estar mais próximo de Jesus.

 AGORA E NA ORA DE NOSSA MORTE – Aquela que intercede no hoje e no amanhã, nas situações do cotidiano e naqueles  momentos na qual não conseguimos nos controlar, como é o caso da morte. Como é um caminho mais fácil para muitas pessoas chegarem à  pessoa da mãe, pois esta carrega a simbologia do colo uterino, aquela que acolhe.

Como podemos negar a existência de pessoas que precisam viver com esta necessidade de uma mãe espiritual. Maria supre esta necessidade de muitos. E em momento algum o foco da fé em Jesus Cristo será desvirtuado, pois quando se pensa na sua mãe está se pensando na pessoa de Jesus Cristo.

A diferença é que os adeptos de Maria como intermediadora junto ao Pai na pessoa de Jesus,  colocam numa mulher um projeto também de salvação. Pelo menos estão partilhando a ideia da mulher como referência, uma mulher também pode fazer  parte de um processo de Fé e Salvação.

Será que aqueles que negam Nossa Senhora, não estão negando a importância da mulher na história do povo de Deus a caminho? Assim, negar Maria mãe de Jesus pode estar sendo um golpe machista de muitas Igrejas.


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