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É bom, mas é ruim! Sobre nossas escolhas

Publicado em 31/10/2015


A definição de bom ou ruim é relativa!  Vamos observar como uma coisa pode ser considerada "boa" ou "ruim" dependendo do ponto de vista. 

Se eu disser à um jovem que fumar é ruim ele vai me dizer que "a galera que fuma acha o maior barato". Se tentar convencer alguém que a maconha é ruim, vão me dizer que "deixa leve e inspira legal", por isto é boa. Posso dizer que ruim mesmo é cocaína na veia, que pode causar overdose e matar. Mas quando trabalhei junto com Haraldo Hans na comunidade terapêutica Senhor Jesus da cidade de Campinas, acompanhei um rapaz de 21 anos que estava “puro osso” e extremamente ansioso. Em delírio por abstinência, aproximava-me dele, acalmava-o e ai sim ele falava: “Cara, como é bom quando a agulha pica a veia e o bagulho entra. Parece que vou para o paraíso... É muito bom cara, por que preciso parar com isto?”. Neste caso a cocaína na veia, para ele, era muito bom. Naquele momento perguntei-lhe: "Você está achando legal ficar 'puro osso'?" , ele respondeu: “É, isto é a banda podre da coisa, eu era atleta, e hoje nem consigo caminhar direito”, aí a coisa parece ser ruim. 

Outro exemplo muito pertinente nestes dias, é a moçada que fica horas no computador. Posso dizer que isso é bom, tem carinha por aí que nem dorme direito. É bom mesmo, por que o futuro profissional deles vai depender muito de computador, aí eles vão ficar craques. Mas como abordou uma professora para mim sobre o baixo nível de conteúdo de articulação de ideias dos alunos de 2º grau hoje, relacionando a baixa do nível de argumento e o grande desinteresse pelo processo de aprendizado. Parece que aí temos o lado ruim do excesso de carga horária no computador. 

É bom, mas é ruim e pode ser bom e também ruim, é assim em tudo que fazemos ou pretendemos, principalmente quando se trata de processo educacional. 

Como fazer para encontrar o melhor caminho?

Oriento os pais que o melhor caminho para saber se uma coisa será boa ou ruim para os filhos é fazer as clássicas perguntas: Para que tenho filhos? Como desejo conduzir o futuro deles? O que espero deles? Se não consegue responder a primeira e dar substancialidade às outras duas questões, ficam constantemente debatendo na busca do melhor caminho, ou sempre ficam com um pé em cada canoa. 

Se os pais querem filhos com saúde emocional, os mesmos devem levar os filhos a  dormirem o necessário para o cérebro funcionar bem. Para crianças até 10 anos (12 h por noite), na adolescência (10 h por noite) e na fase de juventude adulta (8 h noite). O corpo precisa deste tempo para ser purificado pelas enzimas. Assim, nosso sangue fica purificado, abastecendo toda nossa estrutura corporal. Se os pais deixam os filhos dormirem uma ou duas da manhã, isto pode ser bom ou pode ser ruim, depende do que estes pais querem para seus filhos. Querem saúde, colocarão o limite para dormir a carga horária necessária. Querem facilidades na relação com os filhos, será melhor prevalecer  os desejos pessoais deles, com certeza estes pais colherão doenças para os filhos, mas tudo bem, se for por escolha livre e consciente, tudo será bom e o ruim será uma consequência facilmente aceita. 

Desta forma, “você pode fumar baseado ou baseado você pode fazer quase tudo...” como já parafraseou Pepeu Gomes em sua melodia, o importante é que seja por escolha. Entendo que a escolha sobre o agir e o modo de viver dos filhos, está nas mãos dos pais, pois são os pais que detém  a  maturidade para decidir sobre os filhos que em plena imaturidade estão construindo a própria identidade, principalmente quando a ação, pode levar a prejuízos físicos e emocionais. É muito bom os pais acreditarem nos sonhos que sonharam para os filhos, sabendo que quando estes filhos forem adultos, farão as  próprias escolhas, porém, terão uma base de pelo menos 18 anos de existência sobre as regras e condição da maturidade dos seus pais. 

Sobre as escolhas e suas consequências 

Só para ilustrar, o álcool na adolescência, predispõe ao alcoolismo  em 5x1 ou mais. Jovens que iniciam no álcool acima de 22 anos tende a não tornarem-se alcoólatras na mesma proporção. Por isto, quando vejo um pai sentado com seu filho adolescente, tomando junto uma cerveja, penso em qual pode ter sido a fórmula que este pai usou para traçar a educação de seu filho. Se este pai pensou que seu filho não será um alcoólatra, ele está totalmente equivocado na sua atitude de compartilhar cerveja com o filho. Mas se ele acredita que alcoolismo não é problema e o que vale é a felicidade momentânea com seu filho, certamente ele escolheu o melhor caminho. Assim, esta cena pode ser boa ou ruim, só é preciso saber qual foi a escolha que aquele pai fez para o processo educacional de seu filho.

Jovem + computador = (-) leitura  (+) dificuldade de aprendizado. Tudo bem, também só depende de saber se os pais da geração computador já entenderam isto e não vêem tanto malefício assim para o futuro de seus filhos. Computador é bom, mas é ruim. É bom para quem precisa se informar e utiliza-o para o trabalho, ruim para quem quer desenvolver potenciais cognitivos, pois excesso de computador paralisa a capacidade de pensar. Mas tudo bem, o caminho para o controle de computador em casa, vai depender da resposta que eu der para a pergunta clássica: Para que tenho filhos? 

É bom, mas é ruim. Parece com o livre arbítrio, onde escolhemos nossos próprios caminhos. Por isto que fica difícil culpar alguém por nossas escolhas que conduzem à destruição. Como poderei dizer, por exemplo, que Deus deu mais inteligência para um e menos para outro, se muitas vezes um jovem está indo mau na escola porque o ambiente que seus pais organizaram em casa não possui nenhum estímulo para estudo? É melhor sabermos quais escolhas estamos fazendo e assumirmos as conseqüências de nossos atos. 




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