Praças e CidadaniaPublicado em 10/11/2015 Praças e Cidadania As cidades com praças bem cuidadas são cidades que despertam encantamento aos olhos de quem por elas passam. Praças públicas carregam uma simbologia cidadã. Pois são nas praças que o povo se reúne, para reivindicar; que acontecem os encontros entre famílias; aquele namoro gostoso. Na praça com bancos banhados de sombras naturais por arvoredos encantados; canteiros floridos que desperta nos enamorados o desejo de colher uma flor para um gesto de carinho. Na praça, como na praia, somos todos iguais. Mente quem diz que as praças são do povão. Pois se observar bem, a praça é do pobre e do rico, é de todos. - “A praça Castro Alves é do povo ...”. Mas, as praças de muitas cidades do Brasil deixaram de ser do povo, de todos. É dos comerciantes dos bares ao redor delas que as utilizam como extensão do próprio negócio, como o salão de refeitório, de festas. Tem comerciante fechando festas particulares no espaço das praças públicas. Vemos também os comerciantes dos parquinhos infantis. Alguns brinquedos chegam a ocupar quase um quarto de uma praça. Fica difícil levar criança para brincar livremente nas praças de nossas cidades, é uma comercialização sem medida, e no dia seguinte, elas ficam uma sujeira só. Os comerciantes nem gastam com limpeza, existe o órgão público para limpar – não sei não, mas acredito que nem pagam taxa sobre este usufruto -. Ocupar as praças com barraquinhas de artesanatos (culinária ou decorações como também vestimenta) é salutar à democracia que sugere a simbologia das praças. Ocupar a praça com músicas, bandas, teatro, em ampla atividade cultural, é salutar às praças e gera cultura ao povo. Mas, permitir que um grupo restrito de comerciantes tenha domínio territorial sobre as praças, é condenar o Município à não existência de praças (ao pé da palavra); é ver uma cidade com praças, mas com uso particular, parecido com as praias privadas. Se ainda o Órgão Público Municipal responsável pelas praças, na sua quase totalidade não decidem nenhuma ação sobre esta questão, não vejo que é por culpa só da administração. A responsabilidade é também da população de cada cidade que cala e consente, quem sabe por medo de ser criticada, mal vista. Com este artigo, alguns destes comerciantes na qual sou cliente tenho certeza que não vão gostar. Aliás, deixei de frequentar alguns por causa desta intransigência de usufruírem o que não lhes pertencem. E olha que acredito ser um bom cliente. Mas não posso me omitir, sou cidadão. Se a população cala e consente para algo tão importante como as praças, achando que existem outras coisas mais fundamentais, é por que esta população já está sem praça para ver acontecer suas pirraças, suas reivindicações. Cidade sem praças pode ser sinônimo de população anestesiada politicamente. |
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