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Têm gente ! Psicologia empresarial

Publicado em 09/03/2016

Com a Revolução Industrial no século XVIII, vimos emergir o modelo organizacional empresarial que priorizou a produção, o negócio, o lucro. Com o passar dos anos, na pós-modernidade, o enfoque quase não mudou de lugar, com uma dimensão diferenciada – a tecnologia.
Alguns componentes de diferenciação surgiram como possibilidade de mudanças, que foram os “Gurus”( vendedores de “ideias” mágicas), pregando a noção de que na empresa tem gente que precisa ser “treinada”, surgindo assim os métodos “domesticadores” de gente, como eu costumo nominá-los “papagaiolinguisticos”. Estes se usufruem dos instrumentos antigos da psicologia comportamental a partir de Sknner onde modernizaram a linguagem e convenceram muitos empresários a investirem altas cifras em treinamentos motivacionais. Quando ingressei na universidade, em 1984, este modelo de treinamento já estava entrando em declínio no Estado de São Paulo, porém em regiões menos desenvolvidas em pesquisa científica psicológica, vemos ainda o emergir das fórmulas prontas motivacionais. 
Mesmo com o intenso processo de treinamentos adotados pelas empresas na pós-modernidade, vemos a maioria delas sistematizando seus “operários” em “Departamento Pessoal” (DP), onde os mesmos são vistos como números, documentos e processos trabalhistas. Já, outras poucas, evoluíram com muitos vícios do DP para o RH (Recursos Humanos). Mas uma seleta e quase rara quantidade de empresas tem transformado o cuidado com as pessoas em processo de Desenvolvimento e Gestão Estratégica de Pessoas. Nestas, assumem que tem gente! E com gente é diferente, e por isto, fogem dos treinamentos à toque de caixa (das soluções mágicas e milagrosas). Elas sabem que o processo para cuidar de gente é lento e gradual. 
Já na década de 80  o jovem Ricardo Semler, quando aos 27 anos escrevia o livro “Virando a Própria Mesa”, apontava para a estrutura arcaica das empresas onde as pessoas ficavam em planos subalternos. Propunha modelos diferenciados de administração, como os comitês de gestão com todos os representantes da estrutura organizativa da empresa, desde os de “colarinhos brancos” até os de “macacão do chão de fábrica”. Ideias que até hoje muitos administradores acham radicais e inviáveis, o que fez Ricardo Semler voltar à cena com seu novo lançamento (2006): “Você está louco!”. A diferença, é que ao lançar seu segundo livro, com 48 anos, dirigia a SEMCO S/A, que foi criada por seu pai e que hoje possui uma rede de mais de 30 empresas com crescimento constante de 40% há mais de uma década. Na época que assumiu a direção da SEMCO o grupo continha 2 empresas, e muitos empresários que o criticaram após lançamento do “Virando a Própria Mesa” já não estão mais no mercado atualmente. 
Esta loucura de ver a empresa como um local que têm gente, não suporta respostas prontas, busca o sucesso pela força das pessoas em equipe, olha os colaboradores como o maior patrimônio intelectual da empresa – acima da produção, do negócio e do lucro. A diferença dos empresários que estão avançando na gestão estratégica de pessoas está em não cair na ridícula tentação de através de um único passo transformar gente em papagaio. Digo tentação, porque domesticar gente como papagaios, é  tê-las nas próprias mãos, é querer ver gente repetindo ações, o que coloca o empresário na condição de domínio e poder – uma das maiorias tentações humanas-.
 O empresário ver que na sua empresa têm gente como ele, transforma as relações em parcerias, conjuga a igualdade na diversidade. O resultado de imediato, parece fugir ao controle, mas a longo prazo os frutos serão colhidos por todos, mantendo a prosperidade dos investimentos. 


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