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Quando o bebê descobre o terceiro no vínculo afetivo

Publicado em 28/04/2016

     Aproximadamente 120 dias é preciso para que o bebê amadureça seus órgãos físicos vitais para o seu desenvolvimento. Para o cérebro estar configurado em definitivo é preciso seis meses após o nascimento. Neste período dos primeiros seis meses, as principais estruturas a serem colocadas para estimulação do bom desenvolvimento fisiológico do bebê é a alimentação e muito afeto. Por isto que os primeiros brinquedos do bebê são aqueles que permitem o contato e apego emocional. Após estes meses estruturantes, teremos uma incrível descoberta, o terceiro na relação. O principal terceiro desta relação é o Pai, que pela proximidade desde a vida intra-uterina, torna-se fácil de ser identificado. O bebê começa a desejar a presença real do pai. Lembro de uma bela cena quando meu filho Samuel, já com sete meses, recebendo a mamadeira de minha esposa no seu quarto, ouve o barulho do carro anunciando minha chegada. Ele para de mamar e olha para a Celina soltando sons com a boca. A Celina ficou encantada com esta cena, pois relata que era como se ele estivesse dizendo que o papai tinha chegado. O carro era um fusquinha 69 barulhento, numa tarde de 1993.

     A possibilidade do terceiro na relação já permite que o bebê pule para os braços de parentes e amigos. Que bom para a mãe, que vai ficando mais aliviada, por não ter que segurar a criança o tempo todo. Esta é uma fase que o bebê encontra-se rodeado de pessoas, todos querem pegar esta criatura fofa e que provoca alegria.

     Novas angústias emergem para as mães que apresentam dificuldade para se desprenderem do filho. A ameaça do terceiro, que muitas vezes é refletida em ataques ao companheiro: “É sempre assim, o pai que nunca está tão perto, agora é o motivo de sorriso largo do bebê”. Situações que leva as mães mais apegadas a manterem seus esposos distanciados, o apoderamento materno que é sinal da dificuldade de distribuir os poderes, tanto dos serviços como dos benefícios. E o sorriso de um bebê é um estímulo motivacional para os pais, como se no sorriso o bebê estivesse retribuindo tudo o que está recebendo.

     Lógico que um bebê cuidado com muito protecionismo e obsessiva profilaxia, dificilmente terá abertura para aceitar o colo de terceiros. Bebês que sofrem muito para se desapegarem da mãe, já estão revelando um sintoma de disfunção emocional, que pode ser corrigido com eficácia e em curto espaço de tempo. Mas as mães nem precisariam ficar com tanto medo de perda nesta idade, pois no final, é no colo delas que o bebê vai ter o conforto de estar em porto seguro. Nasce também nesta situação, o ciúme dos pais, que mesmo com todas as travessuras que podem realizar com o bebê, ainda será no colo da mãe que o filho vai conseguir de fato sentir-se protegido. 

Assim, nesta etapa do primeiro ano de vida de um filho, os pais precisam saber seus diferentes papéis para não entrarem numa disputa de poder para medir de quem a criança gosta mais, do pai ou da mãe. Na verdade, na descoberta do terceiro, temos o estabelecimento do triângulo amoroso, que carrega em si a dinâmica de uma comunidade familiar que está se formando. Este núcleo pode ser entendido pelo bebê como um lugar gostoso e divertido de se viver. Uma comunidade de trocas afetivas e de favores partilhados.


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