Psicologia 16/05/2023 14:51:16
Dia das Mães
Às vezes é meio estranho.
Um sujeito ou sujeita leva sua Mãe ao restaurante, onde os profissionais a serviço não estarão próximos de suas respectivas Mães.
Assim, qual Mãe está comemorando de fato?
No Dia das Mães, o trabalhador não para,
O operário trabalha, e a operária também.
Os filhos, longe das Mães também
ficam e ninguém vê ninguém.
Estranho!
No Dia das Mães, para “poupar” a Mãe-patroa, ninguém faz comida em casa,
Mas daí vem a empregada, também Mãe, que não verá seus filhos por falta de condição.
É triste, mas pega mal os filhos da empregada sentados à mesa do patrão.
É muito estranho!
A família resolve visitar a Mãe distante, uma longa viagem.
E, na casa desta Mãe, todos apreciam sua comida, um emblema da família,
Os netos adoram,
O genro ama,
A filha curte.
E tal Mãe distante, também avó e bisavó, passa a manhã toda na cozinha cozinhando,
Para os seus, que vieram da cidade grande para homenageá-la.
Que dia estranho este tal Dia das Mães.
E, para completar a cena,
O maridão, na benevolência de “poupar” a Mãe de seus filhos,
Pede para a Babá ajudar em casa,
Esta que também é Mãe, cuidadora de filhos alheios,
Não estará em casa com os seus em seu suposto dia.
Quem ficou cuidando dos filhos da Babá?
“Filho da Mãe!!!” Este sujeito ao homenagear sua esposa Mãe.
Mas fazer o quê?
Quem pode, pode
Quem não pode segue.
Entra ano, sai ano e
Mais uma vez que proclamam,
Mais um Dia das Mães que questiono.
E continuo achando muito estranho.
Engraçado, mais que estranho,
É ver pais na praia com os filhos,
“Poupando” as homenageadas neste Dia das Mães.
Mas depois, tudo volta ao seu lugar.
Os filhos, para sempre, a Mãe cuidar.
Um engraçado que fica muito
estranho.
Mas, mesmo assim, desejo a todas as homenageadas
Um feliz Dia das Mães,
Mesmo neste dia muito estranho.
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Psicologia 16/05/2023 14:51:16 72
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Psicologia 08/05/2023 15:23:30
Inevitável não ver a imagem de mãe enquanto merecedora de créditos, principalmente nas primeiras semanas do mês de maio de cada ano. As escolas enaltecem as mães, o comércio as supervaloriza e as redes sociais passaram a ser um território de sua exposição junto dos filhos.
Olhando
a partir deste prisma, a maternidade deveria ser um estado cheio de glórias e
alegrias, mas esta não é a realidade da maioria das mães. Estas mulheres que,
no cotidiano, assumem quase que sozinhas a função de criar e educar os filhos.
Este cenário é cada vez mais perceptível no cotidiano das escolas, postos de
atendimento de saúde, consultórios médicos pediátricos, assistência social,
etc.
Segundo o IBGE, 50,8% dos lares brasileiros tinham liderança feminina, sendo 56,5% as mulheres negras e 43,5% as não-negras, segundo dados do terceiro trimestre de 2022. Mas também temos os fatores do machismo estrutural, que ainda leva muitos homens a delegarem os cuidados com os filhos para as mulheres. Este fator é muito relevante neste processo de maternidade, que se agrava também pela estrutura patriarcal na qual a mulher acaba assumindo esta posição de cuidar dos filhos, como se este fosse o legado das mulheres.
Ser mãe um mix de stresse e bem estar
O
exercício de ser mãe no cotidiano traz mais estresse que sensação de bem-estar. Lógico que, dificilmente veremos uma mãe assumindo esta posição. Mas, para
aqueles que convivem com mães, esta realidade pode ser observada.Hoje,
particularmente com o agravante das mães terem que trabalhar para o sustento do
lar, a maior parte das famílias são lideradas por mulheres, como aponta o IBGE.
Desta forma, a tripla função de mãe, trabalhadora e mantenedora da casa (arrumação), torna a condição de ser mãe um sofrimento. É preciso estar muito atenta e fazer uma escolha muito clara em ser mãe, para que o status de mãe não seja um eterno sofrimento. Quando a mulher assume sua condição de estar sozinha nesta empreitada de ser mãe, sem esperar um suporte ou apoio de alguém ou de um homem, esta escolha pela maternidade se multiplica em força motriz. Assim, o sofrimento não será o carro-chefe do ser mãe.
Diante de uma Sociedade que prima pelo bem-estar estético no mundo da mulher, o ser mãe carrega em si a quebra de um paradigma, pois a condição de gestar, parir e amamentar traz uma forte alteração na estrutura fisiológica da mulher. E apenas diante de uma escolha livre em ser mãe que a mulher conseguirá entender e elaborar esta fase, mesmo assim estando sujeita a sofrer as pressões da Sociedade de consumo pelo corpo estético. A gravidez, que muito é elogiada e enaltecida no mês de maio, é um momento de forte alteração física que faz com que muitas mães sofram com a perda do corpo anterior a tal processo. E a pergunta que não se cala é: Este corpo será o mesmo de antes?
Ser mãe em uma sociedade que preconiza o
sucesso profissional, e com isto, a busca das mulheres por melhor
qualificação educacional para estarem em competitividade de igualdade ao mundo
machista, leva as mulheres a escolherem a maternidade tardiamente. E, quando
esta oportunidade chega, esta escolha livre em ser mãe esbarra em uma carreira
com pouco espaço para o cuidado do filho. O amor dividido entre o cuidar do
novo rebento e o ser profissional de ponta neste mercado que não perdoa.
Saídas encontram-se nas escolas particulares, equipamentos educacionais públicos, parentes, etc. Mas um sentimento que paira nas mães que estão em pleno vigor profissional é o de ambivalência e consequente culpa por não estarem oferecendo plenamente o cuidado aos filhos. Ocorre um fenômeno interessante quando uma mulher profissional delega os cuidados a uma empregada doméstica, mas sem a certeza de que o filho estará sendo bem cuidado. Além disso, surge a reflexão: E a empregada doméstica que também é uma trabalhadora e, por vezes, mãe? Como fica a sua emoção diante do filho que não pode levar ao trabalho?
O
sofrimento materno é grande quando a mãe começa a projetar o futuro dos filhos.
Diante de cenários caóticos (guerras, catástrofes, etc.), a mãe se vê apavorada
sobre o futuro dos filhos. Um sentimento que inquieta, incomoda e muitas vezes
faz perder o sono. Qual mãe fica bem ao saber que o filho pode morrer?
Este
é outro elemento que causa muito sofrimento às mães desde a gestação. A dúvida
de como virá a criança e todos os questionamentos tão incertos sobre a saúde e
a vida desta criança, especialmente nos primeiros anos. O sofrimento materno
aumenta diante da possibilidade da morte do filho e na medida em que a mãe se
recusa sequer a imaginar esta realidade.
Lógico que, seria estranho uma mãe simplesmente imaginar a morte de um filho como algo natural mas, infelizmente, a Morte é a maior certeza desta empreitada. Saber desta possibilidade e não temer o que vem pela frente, (principalmente a morte do filho) é um forte passo para a diminuição de sofrimento diante da perspectiva da perda. Pois, quanto maior o medo do filho morrer, maior o sofrimento em ser mãe.
O sofrimento funcional na maternidade
Vale
lembrar também do cenário atual de muitas mães jovens que, em sua maioria, não
foram educadas para serem mães por pertencerem a uma geração cujos pais (e/ou a
Sociedade em geral) as direcionaram para os estudos, carreira profissional e
conquistas pessoais, incluindo o imaginário de primeiro maximizar o lazer e
aproveitar a vida para então ser mãe. Nestes casos, o sentimento de cansaço na
maternidade é constante, principalmente se o papel materno estiver associado a
uma funcionalidade de obrigação. É como se tal mãe estivesse continuamente sem
tempo para descansar, pois o filho estará o tempo todo despertando a
necessidade de cuidado.
Aqui, o sofrimento é funcional, como se a mãe fosse uma trabalhadora cujo horário de expediente é infinito. E isto traz um sentimento de perda dos benefícios de outrora (pré-maternidade) que fomenta uma frustração e/ou reclamação contínua. Neste cenário, o círculo de rede de apoio entre parentes, amigos e instituições se mostra fundamental. Da mesma forma, se a mulher convive com um parceiro ou parceira, esta função partilhada em que o filho não é apenas responsabilidade da mãe, pode dar condições para que esta mãe tenha seu descanso da função materna, evitando tal sofrimento.
Diante destes e de muitos outros
sofrimentos que assolam as mães, os quais frequentemente não podem sequer serem
verbalizado pela possibilidade de representar uma ofensa aos próprios filhos e
à Sociedade, dois elementos entram para anestesiar ou camuflar estas mazelas: O
primeiro é o culto ao Mito do Amor Materno como estado de glória, muito
difundido no Dia das Mães; O segundo,
por sua vez, é a ideia da mãe como fonte de preservação da família na dimensão
espiritual, garantindo um legado sagrado (principalmente para os cristãos). A
ideia de que, mesmo que sofram no paraíso, mães são dotadas duma missão
sublime, visto que todo ser humano é nascido de uma mulher. No entanto, estes
são elementos de camuflagem que não podem evitar que mulheres mães evidenciem
seus muitos sofrimentos no exercício da maternidade.
Para que o ser mãe não represente apenas sentimentos de sofrimento, o primeiro passo é assumir-se mãe sabendo que esta posição de responsabilidade sobre uma vida alheia não é para sempre, pois um dia o filho tornar-se-á adulto e independente. Para que a maternidade não se torne um martírio, deve-se lembrar que a condição mãe é mais um papel dentre muitos papéis que uma mulher pode vivenciar na sua integridade (como profissional, filha, companheira, amiga cidadã, etc.) Pode ser, que diante de uma escolha livre, mesmo que o filho tenha chegado sem planejamento, o estado de ser mãe reserve mais prazeres do que sofrimento. Buscar este caminho é uma boa opção para a sanidade física e mental das mães e consequentemente seus filhos.
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Psicologia 08/05/2023 15:23:30 76
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Psicologia 18/01/2021 22:50:39
Neste mês de janeiro de 2021, celebro 30 anos de exercício profissional. No dia 19 de janeiro de 1991 recebia meu diploma de Psicólogo no saguão central da UNESP campus de Assis-SP.
Chego em 2021 - chegou mesmo! - com as ameaças da pandemia COVID-19, mas com uma trajetória que me impulsiona a desejar os próximos 40 anos de exercício profissional. Tanto que, neste ano de 2021 inicio a publicação de livros pela editora que organizei junto com minha sócia, Gabrielle Fanticheli, que por vários anos trabalhou como minha secretária e atualmente cuida da minha presença nas mídias sociais. Por sinal, não deixe de conferir meu canal no Youtube, Abarca Psicólogo, assim também como minhas redes sociais, instagram e facebook (@abarcapsicologo). Sobre os livros, uma das novidades desse ano festivo, vou começar pela publicação da coleção “Psicologia no cotidiano” com objetivo de avançar para literaturas de jovens talentos, sonhos que a Psicologia me proporcionou ao logo destes anos.
Nossa! Cheguei em 2021 com o sentimento e o pensamento de quando comecei em 1991. Ainda me sinto um menino brincando de trabalhar, acredito que seja por que li muito Melanie Klein e Winnicott, dois psicanalistas que deixaram grande legado de textos sobre Psicanálise infantil. Também tem que ao longo destes anos atendi centenas de crianças na minha clínica. De fato, chego à conclusão de que o inconsciente não envelhece.
A Psicologia é uma profissão muito exigente, pois requer do profissional constante atualização teórica e ampla leitura da realidade, principalmente dos fatos e acontecimentos. Neste sentido, sempre fui disciplinado nas buscas de conhecimento com participação ativa em congressos científicos, análise pessoal e supervisão clínica com profissionais qualificados.
Hoje estou evoluindo com um grupo de estudos da Psicanálise da cidade de Vila Velha – ES, “Psicanálise e cultura”, que tem como foco os estudos de Lacan, teórico no qual estou me aprofundando mais recentemente. Também colaboro como pesquisador voluntário das pesquisas desenvolvidas pela professora Doutora Ana Paula Caiado do curso de Psicologia da UFES – Vitória – ES, no campo de estudo da criança e do adolescente, além de ter participado como ouvinte e aluno especial de disciplinas do curso de comunicação da UFES – Vitória - ES, que me potencializou nesta busca de informação e do jornalismo de qualidade.
Agora estou sistematizando o curso “Psicanálise Contextualizada” que é a forma de atuar e pensar a Psicanálise ao longo destes meus 30 anos de carreira profissional. A meta deste curso é formar profissionais de diversas áreas de atuação para entenderem a Psicanálise na dinâmica da sociedade contemporânea, potencializando pessoas para que tenham um olhar para além da profissão que exercem e também formar psicólogos para uma atuação mais próxima da realidade brasileira. O curso terá núcleo de formação on-line e presencial.
Hoje ouso dizer que tenho uma forma pessoal para exercer a Psicologia e, mais especificamente, a Psicanálise como uma teoria e técnica para meu exercício profissional. Tudo isto requer muitos estudos e a certeza de que por mais que estudemos nada sabemos ou descobrimos que sabemos quase nada. O que Sara Paín pensou em sua teoria sobre “a função da ignorância”, estudo muito para suprir as lacunas existenciais da ignorância.
Ao contemplar minha trajetória como Psicólogo, nos 30 anos de carreira, percebo que poderia ter escolhido outros caminhos. Ao pensar em fazer Psicologia, primeiro fui técnico agrícola, formei-me como técnico em 1982 em uma escola que preparava os jovens para administrar grandes empresas agrícolas.
Ainda tenho contato com a turma formada em técnico agrícola pela escola “Carolina Da Mata e Silva” na cidade de Espírito Santo do Pinhal – SP, na qual me formei. Percebo que se tornaram grandes profissionais bem-sucedidos como técnicos. Carrego este legado, pois antes de partir para a Psicologia trabalhei como receituarista de agrotóxicos para hortifruti agrofeiras, como administrador de funcionários da lavoura de café e cana no município de Tapiratiba - SP, depois trabalhei na Holambra com plantas ornamentais.
Aprendi a cuidar de plantas e administrar pessoas. Mas queria mais, queria a universidade. Gastei toda a minha reserva financeira de trabalho como técnico agrícola e fui fazer cursinho pré-vestibular em Ribeirão preto – SP, onde, com um ano de estudo, consegui entrar no curso de Psicologia da UNESP – Assis – SP. Entrei já maduro e com experiência.
Desta forma e com esta trajetória, eu sabia que precisava fazer uma graduação que me projetasse para ser um profissional atuante logo em seguida da diplomação. E isto aconteceu, com um curso em que produzi muito, atuei como representante de alunos em 3 departamentos, comecei a atender na clínica escola já no 3° ano de curso através de uma pesquisa acadêmica, fui monitor de Psicologia social com bolsa de pesquisa e, em 5 anos, com muitos estágios de férias em diferentes áreas, formei em 19/01/1991.
Esta base de estrutura acadêmica e da busca pessoal é sólida dentro de mim, e até hoje me faz estar sempre a procura do melhor na profissão. Da formatura até os dias atuais, 30 anos de muita ação, em diferentes contextos atuei muito em cidades do interior e de baixo índice populacional. Trilhei caminhos entre o estado de São Paulo e Espírito Santo, onde estou desde 1995. “Encapixabei-me”!
Atualmente estou na cidade de Vitória-ES, capital do estado, onde possuo uma clínica. Mas ainda com um pé no interior, pois também clinico na cidade de Linhares- ES. Com a emergência da pandemia COVID-19, avanço para além-fronteiras e graças às tecnologias hoje atendo pacientes de diferentes regiões do Brasil e do exterior. Cheguei à era tecnológica com meu canal no Youtube, instagram, facebook e site. Estamos crescendo nas redes sociais e nas plataformas sem apelativos emocionais, mas com conteúdo técnico e cientifico, por isto avançaremos mais tranquilamente.
Enfim, tenho muito que comemorar nestes 30 anos de carreira. Sabendo que ainda estou na trajetória que desejo chegar, tenho muito a aprender, a conquistar e a ajudar.
Sou plenamente feliz por atuar nesta linda profissão que cuida da saúde emocional das pessoas tanto no aspecto mais pessoal, como social, institucional e familiar.
Obrigado a você por me acompanhar nesta trajetória. Que venham os próximos 40 anos.
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Psicologia 18/01/2021 22:50:39 710
Nestemês de janeiro de 2021, celebro 30 anos de exercício profissional. No dia 19 dejaneiro de 1991 recebia meu diploma de Psicólogo no saguão central da UNESPcampus de Assis-SP. Chegoem 2021 - chegou mesmo! - com as ameaças da pandemia COVID-19, mas com umatrajetória que me impulsiona a desejar os próximos 40 anos de exercícioprofissional. Tanto que, neste ano de 2021 inicio a publicação de l...
Psicologia 18/01/2021 17:46:22
Dia 19 de janeiro de 1991 eu e minha esposa Maria Celina celebrávamos nosso Matrimônio com o celebrante Pe. Domênico Salvador na cidade de Assis-SP, comunidade de Vila Prudenciana às 10h da manhã. Escolhemos, na época, esta CEB’s (Comunidade Eclesial de Base) por termos vivenciado todo nosso noivado nesta cidade e especificamente por que gerenciávamos um Centro de Capacitação de Base (CECAB), com verba da Cáritas Italiana, na vila Prudenciana.
Neste mesmo dia eu me formaria logo à noite em Psicologia pela UNESP de Assis-SP. Durante todo meu curso de Psicologia em Assis, trabalhei nesta CEB’s de Prudenciana, onde havia uma forte associação de domésticas com mais de três mil filiadas e uma forte associação de cortadores de cana. Um espaço que me proporcionou muito engajamento social e entre 1990 e 1991 a Maria Celina vinha de Bauru-SP, com a experiência que adquirira na saúde pública de Bauru-SP, onde compunha a equipe do Sanitarista David Capristano, para compor a equipe de trabalho, do CECAB.
Nosso lema do casamento foi “Justiça, o novo nome da Paz”. Um ritual que durou três horas entre traços Afro, Caboclo e Românico. Com este lema marcávamos nossa iniciação na vida conjugal com o Cristo dos pobres, Aquele que vem como voz dos oprimidos, como canta Maria, mãe de Cristo no Magnificat: “Derrubou os poderosos de seu trono e exultou os humildes...” (Lc 1,52). Assim, fomos conjugando nosso compromisso Cristão na perspectiva de uma “Evangélica opção preferencial pelos Pobres”, que ainda segue como diretriz geral da CNBB ( Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).
Lógico que em 30 anos passamos por diferentes experiências de espiritualidade, até por necessidade de nos adaptarmos às diferentes realidades que estávamos inseridos. Sabemos que a Igreja Católica tem seus referenciais, mas em cada cidade se adapta de forma diferente. E neste contexto fomos convivendo com diferentes realidades, mas sem perder de vista nosso objetivo inicial.
Hoje temos mais clareza de nossas escolhas dentro desta perspectiva da formação Cristã que gera ação de solidariedade. Estamos muito abertos às diferentes formas de se crer das diferentes realidades da população, com um olhar muito acolhedor para as práticas religiosas não apenas Católicas, dentro da perspectiva que Chiara Lubich nos indicou através do Movimento dos Focolares, de identificarmos o “fio de ouro” de cada religião, que é a prática do amor mútuo.
De lá para cá, o tempo passou voando, muita intensidade de vivência tanto nas CEB’s, por onde passamos, como na propagação do Método de Ovulação Billings para Planejamento Natural da Família, e também nas atuações em partido político, como na vivência familiar entre muitas famílias e grandes amigos que fomos preservando e conquistando ao longo dos anos.
De Assis partimos direto para Piraju-SP onde fomos contratados para ensinar o MOB (Método da Ovulação Billings) pela Paróquia de Piraju-SP, por iniciativa de Padre Roberto Bedusch ( Padres Xaverianos ), e por quatro anos residimos naquela linda cidade e conquistamos muitas famílias amigas que cultivamos até os dias de hoje, que se for citar nomes, poderia cometer injustiça por deixar alguém de fora. Depois de Piraju, fomos convidados a fazer a missão de transmitir o MOB na Diocese de São Mateus-ES pelo Pe. Domênico que nos casou. Pe. Domênico atuava na cidade de Pinheiros- ES ao norte do estado, e em 1995 chegamos em Pinheiro-ES, onde atuamos intensamente na cidade e em toda a Diocese. Saímos de um referencial de Paróquia e fomos para um espectro de Diocese, e na época era na Diocese que tinha a fama de ser uma das mais bem estruturadas em CEBs no Brasil, sob as orientações do Bispo Dom Aldo Gerna.
Em Pinheiros carregamos grandes amigos em nossos corações que temos fortes contatos até hoje também. De Pinheiros partimos, em 1997, para São Mateus-ES por escolha própria, lá gestamos o CEAFAM (Centro de Atendimento Familiar), que chegou a ser referência do MOB em todo o Brasil. Em 2016, 21 anos depois, partimos para a cidade de Vitória-ES onde residimos até hoje, e aqui atuamos também como voluntários em Coletivos Sociais periféricos e também participamos do Movimento dos Focolares que é hoje nossa referência de espiritualidade conjugal.
Nesta trajetória, graças ao Método da Ovulação Billings (MOB), pudemos planejar nossos três filhos, Samuel Iauany, 28 anos, que foi gestado quando ainda estávamos em Piraju-SP, tendo por padrinhos de Batismo o casal Paulo Saara e Lucinha, hoje está terminando o Doutorado em Psicologia também pela mesma Universidade que me formei UNESP de Assis-SP; Davi Taynã, 23 anos, que foi gestado na cidade de Pinheiros-ES e tem como padrinhos de Batismo o casal Eudenes e Luiz Carlos, está no término do curso de Biologia Marinha pela UNESP de São Vicente-SP; Helder Manacô, 18 anos, gestado na cidade de São Mateus-ES, e seus padrinhos de Batismo é o casal Jamil Bachet e Marcia, atualmente está tentando entrar em um curso de Psicologia em alguma universidade pública.
Hoje podemos colher os frutos de nossa dedicação como pais, pelo motivo de sempre estarmos ligados às causas sociais tanto pelas CEB’s como pela ação política partidária. São jovens que possuem altas expectativas na vida profissional e ao mesmo tempo possuem um sentimento social de cidadania, são solidários e humanitários. Agregamos neste ultimo ano nossa primeira neta a Luna, que está com um ano e oito meses, filha de Samuel com a Gabriela, que hoje residem na cidade de Ribeirão Preto-SP.
Pois bem, você pode estar perguntando: belo processo de desenvolvimentos em projetos, famílias que conheceram e filhos gerados e de alguma forma estruturados, mas e o romance conjugal como está ao celebrar 30 anos?
Vai bem, obrigado, aliás, melhor do que quando começou. Chegamos aonde chegamos pela força do amor. Se não tivéssemos amor, com certeza as forças de uma sociedade de consumo e liquefeita como nos aponta o sociólogo Bauman, já teriamos nos separado.
A vida conjugal e o compromisso de cuidar de filhos e fazer família em uma subjetividade coletiva que dita que a família é algo ultrapassado, não é tão simples assim. Tanto é verdade, que durante a pandemia do COVID 19 houve um acréscimo absurdo de casais se separando. Mas chegamos até aqui, pela força do amor que nos uniu e que se intensificou ao longo dos anos. Se o amor é decorrência do conhecimento do outro, hoje posso afirmar que nosso amor um para com o outro está mais fortalecido. Conhecemo-nos mais um ao outro e estamos mais preparados para enfrentar novos e muitos outros desafios.
De fato, escrevo este artigo no domingo de 17 de janeiro, em nossas férias. Residimos a três quadras da praia de Camburi na cidade de Vitória-ES. Aos finais de tarde eu e Ina costumamos caminhar na praia e jogar frescobol, hoje mesmo jogamos quase uma hora, e observando o belo crepúsculo que se forma ao por do sol.
Sempre que iniciamos a partida do frescobol, chegamos até a ficar bravos um com o outro, pois erramos bastante. Mas com o passar do tempo de jogo, vamos construindo uma sequência prazerosa de acertos, ai vamos lembrando que o jogo do frescobol é uma parceria de duplas, onde a melhor dupla é aquela que faz o parceiro acertar mais. Daí, quando eu tento jogar a bola para a Ina acertar e ela assim o faz para eu acertar, erramos menos.
Como já nos parafraseou o Filósofo Rubem Alves, que jogar frescobol não é o mesmo que jogar tênis. No tênis um quer atacar o outro para acontecer o erro deste, já no frescobol, é ajudando o outro a acertar que vamos vencer. Jogando frescobol, estamos seguindo em frente.
Um esporte que aprendemos a jogar na praia linda de Guriri- São Mateus-ES, onde por toda nossa estada em São Mateus criamos o hábito de jogar com frequência. E hoje, esta brincadeira é temática para caracterizar estes 30 anos de casamento: Somos resultado de um vínculo amoroso que se transformou em um amor sólido, e que aprendemos a jogar para o outro acertar e juntos vencermos na construção de família Cristã/Cidadã.
Sempre preconizamos em nosso casamento que o nosso amor seria na perspectiva de construirmos uma família aberta em vista da utopia pela construção da Civilização do Amor. Isto não nos deixa melhores ou piores que ninguém, mas nos faz solidários com todos e todas independente da crença, gênero, raça ou escolhas políticas. Porém, hoje somos seletos em estar mais próximos com todos e todas que lutam pela utopia da Civilização do Amor. Mas sem distanciar daqueles que perderam sonhos e utopias.
Obrigado a todos que nos ajudaram e nos ajudam a chegarmos aonde chegamos. Contamos com todos e todas para que os próximos 30 anos sejam de muitos trabalhos, sonhos, alegrias e tristezas, mas com a certeza que vamos contemplar ainda em vida a plena Paz entre todas as nações, e a eliminação plena da pobreza entre os povos, principalmente do terceiro mundo.
Vamos
seguindo nesta labuta, no entanto sem perder a ternura.
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Autor:
Psicologia 18/01/2021 17:46:22 670
Dia 19de janeiro de 1991 eu e minha esposa Maria Celina celebrávamos nossoMatrimônio com o celebrante Pe. Domênico Salvador na cidade de Assis-SP,comunidade de Vila Prudenciana às 10h da manhã. Escolhemos, na época, esta CEB’s(Comunidade Eclesial de Base) por termos vivenciado todo nosso noivado nestacidade e especificamente por que gerenciávamos um Centro de Capacitação de Base(CECAB), com verb...
Psicologia 06/11/2020 20:28:04
“Todo dia ele faz tudo sempre igual...” conforme já escreveu Chico Buarque em sua música “Cotidiano”. E novamente o novembro chega e com ele outra campanha de saúde, desta vez para aqueles que “vestem azul”, os homens. E sem nos questionarmos entramos nesta publicidade como se fosse algo que tivesse retorno conforme seu objetivo inicial: Para quebrar o preconceito do homem de ir ao médico e fazer o exame do toque em vista diagnosticar o câncer de Próstata. Teve a primeira iniciativa no Brasil pelo Instituto Lado a Lado pela Vida no ano de 2008, sendo escolhido o mês de novembro por ser dia 17 de novembro o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
A campanha veio para alertar, tendo em vista que o câncer de próstata é o segundo que mais mata os homens no Brasil. Conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde, o ranking é: primeiro o câncer de pulmão com 16.137; segundo o de próstata com 15.391 casos e terceiro o de intestino com 9.207 casos (dados referentes à 2017). Para o mesmo Instituto, a previsão de incidência de câncer no ano 2020 é: câncer de Próstata 65.840 casos; câncer de Cólon e Reto 20.540 casos e Traquéia, Brônquio e Pulmão de 17.760 casos.
Mas por que a campanha em torno do câncer de próstata? Se o primeiro em morte é o de pulmão?
Porque, no início, havia constatação na Saúde de que os homens fugiam do exame diagnóstico que consiste em o homem se sujeitar a ser tocado pelo médico através do ânus, e diante de um cenário machista da sociedade, muitos homens fugiam deste procedimento, e fogem até hoje por acreditarem que é uma ação que mexe com a sexualidade de ser hetero ou homo, inclusive com muitas brincadeiras homofóbicas. Além disso, as previsões para 2020 do câncer de próstata estão em uma estimativa muito acima dos demais tipos de câncer. Assim, esta campanha é necessária, e trouxe de fato muita consciência.
Uma nova proposta!
Há questões que não conseguimos responder ao longo destes anos desde o início da campanha, e aqui enumero algumas, que tem me incomodado dentro de uma visão de um plano nacional de assistência integral à saúde, e para cada questão emerge uma proposta, como:
1) Por que azul? Para continuarmos mantendo este estereótipo de que homem veste azul e mulher veste rosa? Estamos em um momento político brasileiro das intransigências ideológicas, e um dos fatores que tem crescido muito é o feminicídio e uma tendência conservadora com base em fundamentalismo religioso que acentua as diferenças do homem em relação às mulheres mantendo o perfil patriarcal e consequentemente machista, tanto que há um aumento de agressões dos homens em relação às mulheres em pleno século XXI.
Líderes religiosos de igrejas pentecostais emergentes pregam que as mulheres continuem submissas aos seus maridos e alguns até estão dizendo que a mulher deve estudar até no máximo o ensino médio e deixar para os maridos a possibilidade de fazerem o ensino superior.
O Azul traz esta simbologia da diferença e não ajuda a integrar. Mantém a questão de gênero ramificada no ser homem e no ser mulher a partir da referencia biológica. Mas como ficam os homens que assumem outras conduções de gênero como os transexuais e transgêneros? Por isso que vejo o Arco íris como a melhor simbologia para uma campanha que visa pensar a saúde integral. Quem sabe se na posição binária de “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, tivéssemos a inclusão destes dois meses como meses do Arco íris.
Vamos mais ao cotidiano para questionarmos o Azul: Estava em um shopping com minha nora e filho e a neta de ainda seis meses no carrinho. A neta estava vestindo uma blusa Azul com desenhos de âncoras. Uma senhora chega ao carrinho e diz: “-Que lindo menino!”. De bate e pronta, minha nora bem feminista disse: “- Ela é a Luna...” e a senhora muito educada respondeu: “- Nossa! A gente fica tão impregnada destas coisas de meninas vestem rosa e meninos vestem azul que acaba acontecendo este vacilo, me desculpa...”. Sem percebermos, entramos de cabeça em campanhas de prevenção unilaterais para melhorar um aspecto, e acabamos estimulando outros preconceitos e conceitos ultrapassados.
2) A campanha não está chegando à maioria dos homens, pois apenas 40% conseguem realizar os exames. Quem consegue são aqueles que podem ter um plano de saúde e ou podem pagar. O SUS não está dando conta desta campanha e com isto podemos concluir que ela não evoluiu. Aliás, evoluiu para o sistema privado de saúde, que tem ganho muito com a crise política e econômica do país, que já é datado de antes da pandemia do COVID 19.
Depois, é fácil simplesmente dizer que os homens resistem aos exames por causa do toque, esta é sim uma realidade, mas se a campanha saísse da publicidade e chegasse ao SUS pelo Programa de Saúde Estratégia da Família de forma ampla e irrestrita, ai sim poderíamos afirmar que a ausência dos homens em diagnóstico seria por preconceito e machismo plenamente.
3) A campanha não atingiu o propósito de atrair os homens por meio da questão da virilidade masculina, que pode estar “ameaçada” se a doença não for diagnosticada prematuramente, mexendo com a questão de “honra” dos mais estruturados na visão machista da sexualidade, para depois fazer um diagnóstico completo da saúde do homem. Mesmo aqueles que podem fazer os exames, que chega a apenas 40% dos homens, o diagnóstico fica apenas na questão do câncer em si, e não há uma acolhida no processo para que a consulta médica vire uma consciência de saúde ao homem.
Afirmo esta realidade a partir de minha própria busca pelo diagnóstico, que pude fazer já por vários anos consecutivos pelo plano de saúde. As consultas todas foram rápidas e focadas apenas no toque e na solicitação do exame de sangue e depois posterior leitura do diagnóstico. Pois, pelos planos, na sua quase totalidade, os médicos atendem rápido e não estão muito preocupados em fazer consciência da saúde integral. Assim como o SUS está fragilizado e para se atender altas demandas de pacientes o profissional precisa atender muito às pressas e é cobrado dele produtividade, nos planos o sucateamento das consultas está parecido, pois, segundo os médicos, os planos remuneram mal por consultas. E olha que pago um plano que se diz um dos melhores do Brasil, mas sabemos que para manter imagem gastam fortunas em publicidade e até financiam times de futebol.
A cada ano que vou fazer o exame, procuro nova alternativa de médico, mas caio sempre na mesma demanda da pressa. Imaginem os que não podem ter um plano de saúde.
4) Estas campanhas do tipo Novembro Azul/Outubro Rosa, acabam forçando municípios a oferecerem serviços diagnósticos como um meio de sobressaírem politicamente, terceirizando serviços e consequentemente favorecendo a rede privada. É o estado enfraquecendo o serviço público e levando vantagens ao privado com o imposto da população que não consegue ter acesso ao SUS. Não é a toa que na política muitos empreendedores privados de saúde apoiam candidatos ou se lançam como candidatos.
Para esta questão, a resposta é única. Fortalecimento do SUS através da sua capilaridade já existente em todos os municípios do Brasil, principalmente através do Programa Estratégia da Família, que deve ampliar o leque de profissionais nas equipes, pois hoje são Médicos, Enfermeiros, Dentistas e Agentes Comunitários. Cabem nestas equipes os Psicólogos, Nutricionistas, Fisioterapeutas, Educadores Físicos, Terapeutas Ocupacionais e Assistentes Sociais.
Ai sim pode fazer crer que qualquer campanha na área de saúde de fato dará certo e chegará a todos indistintamente, pois as campanhas não ficarão focadas em uma dualidade consultório médico/laboratórios, mas terá o pensar interdisciplinar e o agir quase que individualizado para processo de consciência plena de saúde integral.
Psicologia para pensar o coletivo
Por todos os argumentos acima descritos, você pode até estar frustrado, pois imaginava que eu fosse abordar questões psicológicas específicas em torno do câncer de próstata, mas não quero fazer uma ação da Psicologia que invés de fazer pensar acaba simplesmente fazendo o jogo e vendendo fórmulas de bem-estar, onde questionar e criticar são considerados perigo e até desestabilizador das emoções.
Mas a Psicologia tem que ser utilizada como ferramenta de fazer pensar no coletivo. Por isso que um Psicólogo dentro do Programa Estratégia da Família não é bem-vindo para aqueles que só querem iludir a população vendendo falsas ilusões.
Sei que há projetos de saúde pública em vários municípios do Brasil que estão fazendo a diferença, mas isto sempre acaba se enfraquecendo por ser uma ação isolada de gestores municipais que possuem a visão da gestão pública como um bem para todos, é de fato um posicionamento ideológico sim.
Porém, se não houver uma lei federal, ou mecanismos que façam exigir os termos da Constituição brasileira que garante o SUS, não veremos programas avançarem e perpetuarem no referencial público coletivo da população, virando até um traço cultural.
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Psicologia 06/11/2020 20:28:04 616
“Tododia ele faz tudo sempre igual...” conforme já escreveu Chico Buarque em sua música“Cotidiano”. E novamente o novembro chega e com ele outra campanha de saúde,desta vez para aqueles que “vestem azul”, os homens. E sem nos questionarmosentramos nesta publicidade como se fosse algo que tivesse retorno conforme seuobjetivo inicial: Para quebrar o preconceito do homem de ir ao médico e fazer oex...
Psicologia 30/10/2020 17:34:18
Diante do cenário mundial em torno da pandemia da Covid 19, ouvimos frequentemente falas do tipo: “Este ano de 2020 não existiu, vamos recuperar tudo em 2021...”; “Em 2021 vai ser diferente, pois este ano foi a morte...”; etc. E é por estas e milhares de outras falas do cotidiano das pessoas e também do meu, por onde quer que estejamos, que pensei em falar um pouquinho sobre o amanhã.
Se uma pessoa diz: “amanhã vou começar a correr...”; “amanhã vou começar minha dieta...”; “amanhã vou parar de fumar...”; “amanhã vou usar menos meu celular...”; é sinal de que ela nunca vai começar. Pois o amanhã não existe, e quando chegar o amanhã de hoje, já teremos outro amanhã. É uma lógica tão sutil para a construção do pensamento, que temos de fato a tendência de negarmos o hoje para nos projetarmos no amanhã. É como um círculo vicioso de linguagem e de ação.
Esta descoberta de que o amanhã não existe foi a grande sacada dos criadores do AA (Alcoólicos Anônimos), dois médicos dos Estados Unidos, muito amigos e alcoólatras, e um dia, de tanto beberem wisky um olhou para a cara do outro e disse: “ - Nossa, você está feio, super inchado”. E o a resposta foi: “- Mas você está mais feio do que eu...”. Daí pra frente criaram o AA, onde elaboraram dez passos para a sobriedade e o primeiro deles: “... por hoje, evite o primeiro gole...”. E olha que o AA teve início oficial em 1938 e o nome foi criado pelo jornalista Joe W da revista New Yorker, e espalhou pelo mundo inteiro. Ela é a instituição que possui os melhores resultados para a manutenção da abstinência alcoólica e sobriedade sobre a doença incurável do alcoolismo.
Veja tão simples e tão complexo, apenas por hoje não beber, porém, somos uma espécie que vive se projetando para o amanhã e este fator de construção cultural nos conduz inconscientemente a sempre estarmos desejando o amanhã.
Neste sentido, vamos entender parte do por que o Transtorno da Ansiedade e Transtorno da Depressão é o carro-chefe dos sintomas que mais emergem em períodos de crises sociais, por guerras, catástrofes e pandemias. Queremos fugir do hoje que nos atormenta, e incorporamos a depressão e também ficamos na lembrança do que foi o ontem, e caímos no saudosismo agonizante e consequentemente na depressão.
Com o pé amarrado no ontem, e a cabeça flutuante no amanhã, vivemos sem estar conectados com o hoje. É como dirigir um veículo com a cabeça virada para trás ou apenas olhando para frente sem as mãos no volante, com certeza não vamos chegar a lugar algum. Para dirigir bem um automóvel, é necessário estar olhando para trás pelos espelhos retrovisores, sem, no entanto deixar de olhar para frente, desejosos de chegar onde projetamos a viagem, mas com as mãos no volante. O volante é o nosso hoje, este aqui e agora.
Mas você pode estar pensando: “Como assim, o amanhã não existe? Vamos viver presos no presente? E nossos projetos, nossos sonhos, não diz respeito ao amanhã? Aí é que está a chave para a realizações de projetos e sonhos (do amanhã). Do amanhã pois entra na esfera do devir, do desejo e com isto na orbita da fantasia, de subjetividade humana. E é por causa desta subjetividade que nos diferenciamos dos animais que são codificados geneticamente para viverem como vivem.
Projetos e sonhos são perspectivas que podem ou não dar certo. Imagine que você pense “...amanhã vou viajar!”, e logo mais à noite você tem uma parada cardíaca e morre. Nossa, que crueldade. Mas o seu amanhã não vai chegar, pelo menos para você degustar da viagem programada. Será triste para quem ficar para te velar. Tudo bem que se você acredita em “paraíso” celestial e ou acredita em reencarnação, pode ser que seu amanhã poderá ser no inferno ou no céu, ou em alma procurando algum lugar para habitar.
Enfim, esta conversa poderia nunca ter fim. O amanhã não existe na ação, apenas no desejo. Lógico que somos movidos ao desejo que é o que nos coloca em franco processo de busca, de crescimento de conquistas. De fato, quem não deseja o amanhã, ou está doente ou está morto. O problema é que este desejo pode ser atingido se estivermos fazendo ações no hoje, no aqui e no agora, para que o sonho se realize. Do contrário vamos ficar na orbita do desejo, da subjetividade e nada vai acontecer.
Imagine um jovem no terceiro ano do ensino médio desejar cursar uma Universidade Pública, mas no dia a dia não está estudando. Se o sujeito for um gênio, pode até ser que consiga, mas...! Poucos são gênios, ai é melhor estudar dia após dia, para que o desejo da Universidade possa ter a chance de acontecer.
Lembrando que sonhos (projetos) na vida adulta se estiverem numa esfera muito individual, fechados em si mesmos, tendem a ficar na fantasia de alimentação narcísica, voltado para o próprio umbigo. Por isso é sempre bom lembrar da célebre frase do dramaturgo Bertold Brecht: “Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto, é realidade”. Esta analogia de Brecht é a clareza de que nós Sapiens somos coletivos. Por isto que o consumismo nos individualiza e nos transforma em fantasiosos sonhadores sem potencialidades de ação prática, e adoecidos emocionalmente.
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Psicologia 30/10/2020 17:34:18 630
Diante do cenáriomundial em torno da pandemia da Covid 19, ouvimos frequentemente falas do tipo:“Este ano de 2020 não existiu, vamos recuperar tudo em 2021...”; “Em 2021 vaiser diferente, pois este ano foi a morte...”; etc. E é por estas e milhares deoutras falas do cotidiano das pessoas e também do meu, por onde quer queestejamos, que pensei em falar um pouquinho sobre o amanhã. Cuidado com “ama...
Psicologia 27/08/2020 11:49:05
Dia 27 de agosto é o dia do Psicólogo porque nesta data, no ano de 1962, foi aprovada a lei federal que regulamenta a profissão (Lei 4119).
Assim, em 2020 são 58 anos de profissão regulamentada no Brasil e, neste ano, celebro pela trigésima vez o dia do Psicólogo com muito orgulho de estar nesta profissão. São 30 anos de exercício profissional que me colocam com muito ânimo para rodar por ela por no mínimo mais 30 anos.
Esta força e vitalidade de manter-me cheio de energia e vontade na ação como Psicólogo, é decorrente desta profissão, que sempre nos coloca na perspectiva de novos saberes e novos olhares.
Psicologia como Ciência e Profissão
Psicologia como ciência e profissão, remete ao amplo espectro de ação que a área proporciona. Desde a produção acadêmica até a atuação em diversos campos de especialidades regulamentadas e com titulação pelo Conselho Federal de Psicologia, como: Psicologia: Escolar/educacional; Trânsito; Organizacional e do trabalho; Jurídica; Esporte; Clínica; Hospitalar; Psicopedagogia; Psicomotricidade; Social; Neuropsicologia; Saúde; Avaliação Psicológica. Eu mesmo tenho as titulações de Psicologia Clínica e também da Psicologia Escolar/Educacional.
É um leque enorme de especialidades que, na ação de cada uma delas, deriva outras especialidades para ações mais específicas. Por exemplo, o Psicólogo é Especialista em Psicologia Clínica, como é o meu caso, e faz outra especialização em Psicanálise. Assim, o foco central é a Clínica e a especificidade de ação é a Psicanálise. Mas dentro da área clínica temos dezenas de especialidades conforme a abordagem e o método que o Psicólogo venha a escolher.
Assim, a Psicologia hoje tem um leque de ação que praticamente consegue estar em quase todas as áreas de conhecimento e ações profissionais, fazendo perceber para a população que é uma profissão para além das necessidades de tratamentos emocionais.
Quando entrei na faculdade Unesp/Assis-SP, em 1985, as duas fortes áreas da Psicologia eram a Clínica e a Organizacional. Passados 35 anos desde o início de minha formação, posso contemplar uma profissão fortalecida e com reconhecimento público, com este leque enorme de possibilidade.
Surgimento dos Conselhos Regionais de Psicologia
De fato, um dos fatores que transformou a Psicologia em uma das principais profissões do mercado no Brasil, foi seu fortalecimento pelo sistema dos Conselhos Regionais de Psicologia. Muitas outras profissões que não se fortalecem pelas vias de institucionalização legal, acabaram se enfraquecendo ao longo dos anos, como é o caso do Jornalismo, da Pedagogia e atualmente os formados nas áreas de Tecnologia de Informação que estão órfãos de representatividade.
Lógico que a institucionalização muitas vezes cria burocracias normativas que nem sempre agradam, principalmente quando engessam o profissional na sua ação. Por exemplo, dentro do espectro de saúde emocional, temos muitos profissionais que atuam em atendimento clínico como psicoterapeutas e psicanalistas e não são graduados em psicologia e nem possuem registro em CRPs e, no entanto, não são fiscalizados.
Nós da Psicologia, como somos legais, precisamos estar sempre na legalidade. Lembro de um amigo colega psicólogo que dizia ser mais interessante rasgar o diploma de Psicólogo e destituir-se do Conselho de Psicologia, assim poderia atuar sem precisar pagar anuidade e não ser fiscalizado. Bastaria se intitular psicoterapeuta. Mas defendi o sistema do Conselho de Psicologia dizendo que nossas distorções sociais, de driblar regras constitucionais só serão superadas com instituições bem estruturadas e de caráter democrático. E de fato o Sistema Conselho de Psicologia possui uma metodologia que permite a participação de seus inscritos. Mas para fazê-la valer, é preciso participar.
Ser Psicólogo na atualidade
Neste ano de 2020, a Psicologia teve uma forte visibilidade devido ao aumento vertiginoso da demanda por orientação psicológica decorrente da pandemia da COVID19. Assim, o Conselho Federal de Psicologia agilizou a autorização dos atendimentos on-line, oportunizando aos psicólogos o cadastro deste serviço, respeitando-se a resolução CFP 04/2020. Este crescimento é tão visível que há previsões de ser junto com a Medicina uma das profissões de maior crescimento no país nos próximos dez anos.
Celebrar mais este aniversário da Profissão Psicologia no Brasil é para mim motivo de muita alegria. Uma escolha que lá na juventude estava associada à facilidade que tinha em ouvir pessoas, e que hoje me encontro para além do ouvir, mas do dizer, provocar, conscientizar.
Uma profissão que, para além das necessidades pessoais, pensa o coletivo, pensa também na organização social deste país. Se no passado a Psicologia era usada como instrumento normativo de estigma, para demarcar aptos e não aptos emocionalmente, hoje ela é uma Ciência e Profissão que colabora na formação da cidadania, na construção de uma nação onde caibam todos os mundos, livre de preconceitos.
Novos desafios aparecem pela frente, principalmente o de fazer valer a presença de Psicólogos em todos os setores dos serviços públicos, principalmente nos equipamentos de saúde pelo sistema SUS, como também na rede educacional. Desafios estes que nos trazem a certeza de que vale a pena entrar nela para quem deseja fazer o curso de Psicologia, jovens e adultos, pensando em entrar nesta profissão promissora.
O maior legado do exercício profissional em Psicologia a partir de minha experiência é o amplo leque de conhecimento que necessariamente precisamos adentrar, e com isto é um exercício profissional que sempre nos joga para o saber mais e mais, nos revitalizando continuamente nesta busca, e também a possibilidade de colaborarmos no crescimento das pessoas nas suas relações interpessoais e no fortalecimento dos encontros humanos nas suas diferentes realidades e instituições.
Procure sempre um Profissional de Psicologia devidamente registrado no Conselho Regional de Psicologia.
A todos e todas Profissionais de Psicologia no Brasil, aquele abraço fervoroso.
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Psicologia 27/08/2020 11:49:05 786
Dia 27 de agosto é o dia do Psicólogo porque nesta data, no anode 1962, foi aprovada a lei federal que regulamenta a profissão (Lei4119). Assim, em 2020 são58 anos de profissão regulamentada no Brasil e, neste ano, celebro pelatrigésima vez o dia do Psicólogo commuito orgulho de estar nesta profissão. São 30 anos de exercício profissionalque me colocam com muito ânimo para rodar por ela por no m...
Psicologia 02/07/2020 17:32:12
A depressão é hoje o
transtorno mental mais diagnosticado dentre todos os transtornos. O Brasil está
em primeiro lugar em diagnóstico de depressão na América Latina.
Desde 2019, a previsão
era que em 2020, no Brasil, a depressão fosse a maior causa de afastamento no
trabalho. Porém, sabemos que em diversos transtornos mentais a depressão
aparece como sintoma, assim, podemos entender que os altos índices de depressão
nos diagnósticos médicos podem estar relacionados com a falta de clareza dos
sintomas e para que o sujeito não fique sem um código de CID10 a partir de uma
consulta, é muito comum atribuir o problema à depressão. Desta maneira, vemos
com frequência os códigos do CID10: F32 e F33 em laudos e atestados médicos, o
que nos permite concluir que nossos índices podem não ser tão reais assim.
A Depressão começou a
ter muita ênfase no olhar da medicina e da psicologia porque hoje se constata
que 80% dos suicidas estavam com quadro depressivo a partir de investigações do
núcleo familiar das vítimas de suicídio. Tratar a depressão passou a ser o
grande trunfo para se prevenir o suicídio. Como veremos mais adiante, os
sintomas com pensamento suicida entram nos quadros graves de depressão.
Sintomas que podem
caracterizar depressão
O código F32 é
intitulado Episódio Depressivo e caracterizado pelo sofrimento de humor
deprimido, perda de interesse e prazer, energia reduzida levando a uma fadiga
aumentada e atividade diminuída. A depressão é caracterizada como leve,
moderada e grave. Para ser diagnosticado como tal, é necessário que o episódio
permaneça pelo menos por duas semanas. Em casos graves o episódio pode ser
vivenciado por um período curto, porém com todos os sintomas previstos para o
quadro. Aqui, trago os sintomas que devem ser observados para caracterizar o
Episódio Depressivo:
1. Concentração e atenção diminuída;
2. Autoestima e autoconfiança diminuída;
3. Ideias de culpa e inutilidade.
Até estes três itens
acima descritos, podemos caracterizar como Episódio Depressivo leve.
4. Visão desolada e
pessimista do futuro;
5. Sono perturbado.
Incluindo mais os itens
4 e 5 temos o enquadramento de Episódio moderado.
6. Ideias de atos auto
agressivos ou suicídio
7. Apetite diminuído com
perda substancial de peso em curto espaço de tempo.
Já com a inclusão dos
itens 6 e 7 temos o Episódio no estágio grave.
Também para o Episódio
Depressivo temos os quadros com ou sem sintoma somático e também com ou sem
sintoma psicótico. Entendendo aqui os sintomas psicóticos como delírios,
alucinações ou estupor. Estes sintomas são geralmente por sentimento de pecado,
pobreza e ou pensamentos de desastres eminentes.
O Episódio Depressivo
pode ser diagnosticado com mais frequência ao término da adolescência e até aos
trinta anos de idade.
O Transtorno Depressivo
Recorrente
O Transtorno Depressivo
Recorrente F.33 é como se fosse a consolidação da depressão propriamente dita.
Uma evolução de quadros episódicos para recorrentes, isto é, como se já
estivesse impregnado na estrutura de personalidade do sujeito.
Geralmente são
diagnósticos para idades acima de 40 anos e que se consolidam até os 50 anos.
Os sintomas são parecidos com o Episódio Depressivo, porém apresentam-se de
forma contínua. Neste, pode aparecer episódios graves de variação de humor e
hiperatividade leve logo após a depressão pontuada de forma mais definida, que
muitas vezes são precipitados pelo início do tratamento da Depressão.
Para o Transtorno de
Depressão Recorrente, há uma infinidade de variações de quadros conforme a
característica dos sintomas, mas que geralmente são registrados após um longo
processo de acompanhamento do paciente, como: Depressão psicogênica, depressão
reativa , depressão endógena, depressão maior, depressão psicótica, depressão
vital etc.
Como pudemos observar o
diagnóstico para depressão não é tão simples e, por isto, me assusto com os
dados de que é o sintoma mais diagnosticado no Brasil. Quando uma pessoa está
fazendo um tratamento com um psiquiatra tende a dizer que “trata da depressão”,
pois este é um transtorno mais aceito na atualidade e causa menor espanto ao
ser dito. Ainda hoje, muitos pacientes preferem ir a um Neurologista do que ao
Psiquiatra, pois tem medo de ser identificado como um “louco”. Lembro
recentemente de um caso de tratamento de um paciente do meio empresarial que
foi “taxado” pelo seu primeiro psiquiatra de paciente bipolar. Mas depois de um
ano de psicoterapia comigo fomos observando que não era um quadro bipolar e com
isto a interferência medicamentosa não evoluía. Solicitei a troca de médico
para que a leitura clínica ocorresse de forma interdisciplinar, e assim
aconteceu. Em mais um ano de processo, o paciente já estava sem a medicação e
ainda estava em psicoterapia, pois o diagnóstico dele ficou definido nesta
interdisciplinaridade como Episódio Depressivo Leve. Quando este paciente
estava com o laudo de bipolar, toda vez que ia a uma consulta médica por outros
problemas de saúde, os médicos já entortavam o nariz e queriam atribuir todos
os sintomas somáticos pelos quais o paciente procurava ajuda específica ao
quadro bipolar. Estes diagnósticos “atravessados”, conforme gosto de falar, ou
de intervenções “tabajara” podem, sem dúvida, estender um tratamento em demasia
sem necessidade e até criar problemas de estigma ao paciente.
Tratamento
interdisciplinar para a cura da depressão
Para um bom
diagnóstico, um bom Psiquiatra. Eu prefiro os que passaram pela formação em
residência. Porém, mesmo eles, quando diagnosticam sozinhos, muitas vezes
erram. Por isto que é melhor ainda se o diagnostico for traçado também com a
ajuda de um Psicólogo com domínio destes referenciais dos transtornos mentais.
Infelizmente, no
Brasil, esta inter-relação profissional para se trabalhar em torno de um
processo diagnóstico é uma prática pouco explorada. Vemos isto nos centros de
residência em psiquiatria com profissionais de várias áreas do conhecimento
atuando em parceria, mas com a autorização pela medicina de a Psiquiatria ser
exercida por médicos que se titulam apenas com curso de especialização, sem a
experiência da residência.
Observamos um crescente
processo de diagnósticos superficiais e que não evoluem para um desfecho mais
adequado. Ir delimitando um diagnóstico ajuda e muito no tratamento do
transtorno. Conforme o diagnóstico tratado, podemos inclusive desenvolver a
psicoterapia até sem uso da medicação, por exemplo, dentro de um quadro de
Episódio Depressivo leve e até moderado em que o paciente se compromete com o
tratamento e consegue ter potencial de percepção de seus sintomas e construir
processos de insight. Já atendi muitos pacientes que, ao consultarmos o
psiquiatra e trocarmos informações sobre o tratamento, chegamos a conclusão que
o paciente poderia muito bem ser monitorado sem o uso da medicação.
O diagnóstico bem
realizado é a chave para o processo de medicação e de psicoterapia. Por
exemplo, se eu estou diante de um Transtorno Depressivo Recorrente com
sintoma Psicótico, sei que de imediato não vou poder fazer uma abordagem
interpretativa livre, mas terei que ser suporte de escuta e de orientação ao
paciente.
No processo de
psicoterapia a partir dos referenciais teóricos e técnicos da Psicanálise,
abordagem em que me pauto, vamos ver a construção da depressão com um olhar
diferenciado dos parâmetros da medicina. Mas isto não significa que, como
psicólogo, eu não tenha que estar em sintonia com as nomenclaturas científicas
dos parâmetros de diagnósticos e estatísticos internacionais dos transtornos
mentais.
Sempre digo aos
pacientes em psicoterapia e que são monitorados medicamentosamente por um
Médico Psiquiatra, que a função do médico é medicar e ver a evolução do sintoma
para melhora ou não a partir da medicação. E
a função do Psicólogo no processo de psicoterapia é levar o paciente a
identificar a origem do sintoma e como este sintoma se construiu ao longo da
história pessoal, ajudando o paciente a dialogar com o sintoma e buscando
caminhos de superação. Entre o processo de início de um tratamento que
necessita do auxílio medicamentoso até chegarmos a uma fase de livre associação
e processos interpretativos, é um caminho longo, que requer disciplina do
paciente e inclusive em muitos casos o suporte da família. Nesta fase complexa
de diagnóstico, que às vezes leva mais de ano para ser mais claro, não é
possível interpretar ou atuar como um processo de análise livre, pois o
paciente necessita mais de um suporte na mediação dos sintomas. Por isto que em
muitos casos de depressão, o Psicólogo e o Psiquiatra precisam fazer contato
com a família, orientando, direcionando.
Mas o gratificante é
ver pacientes em processo de alta. Quadros diagnósticos que iam de tratamentos
tradicionais com ênfase exclusiva na medicação, ao adentrarem em um processo
com o olhar interdisciplinar em vista de um diagnóstico mais apurado, dentro de
uma perspectiva de alta tanto medicamentosa como da própria psicoterapia, podem
caminhar sozinhos, superando o que, para muitos, seria impossível. Na busca de
um caminho de autonomia e cura, sou guiado a trilhar este exercício
profissional. O que me faz ter a certeza constatada que Depressão tem cura sim.
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Psicologia 02/07/2020 17:32:12 1406
A depressão é hoje otranstorno mental mais diagnosticado dentre todos os transtornos. O Brasil estáem primeiro lugar em diagnóstico de depressão na América Latina. Desde 2019, a previsãoera que em 2020, no Brasil, a depressão fosse a maior causa de afastamento notrabalho. Porém, sabemos que em diversos transtornos mentais a depressãoaparece como sintoma, assim, podemos entender que os altos índ...
Psicologia 08/04/2020 21:10:03
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Psicologia 08/04/2020 21:10:03 719
Este artigo nasce de um desabafo de um pai que é bem atuante no Conselho de Pais e Mestres da escola que sua filha estuda. Ele me acionou, solicitando que eu escrevesse algo sobre as famílias em casa e a educação dos filhos, já que está colaborando com a direção da escola e com os professores na busca de soluções para o processo educacional das crianças neste tempo de quarentena. As demand...
Psicologia 25/03/2020 11:54:16
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Psicologia 25/03/2020 11:54:16 796
Geralmente nós adultos temos a tendência de controlar as crianças e jovens em torno da dependência eletrônica, como se a perda de controle fosse uma condição apenas dos supostamente mais imaturos. Eu me pego fazendo isto com certa constância. Porém, passei por uma cena familiar muito interessante, onde um de nossos filhos filmou eu e minha esposa na sala de TV, aparentemente vendo telejorn...
Psicologia 18/03/2020 11:56:40
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Psicologia 18/03/2020 11:56:40 810
Cada vez mais tenho recebido, em meu consultório psicológico, adolescentes e jovens com um perfil de dependência eletrônica. Geralmente chegam por intermédio dos pais que procuram uma resposta pelo baixo rendimento escolar ou por sintomas de depressão e auto-agressão. Ao diagnosticar, observo que a carga horária passada em eletrônicos, tanto smarthfone, como computador e TV, é de fato exagerada....
Psicologia 11/03/2020 18:24:58
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Psicologia 11/03/2020 18:24:58 691
Até chegar aos seis meses, a criança desenvolve, segundo Freud, a libido objetal, que tem por finalidade a busca de objeto estritamente ligado às satisfações alimentares. Criança e mãe se fundem em uma única pessoa. Já a partir dos seis meses a criança desenvolve a busca pelo ego, isto é, da satisfação de si mesma. Ela entra em uma etapa oral secundária, pois já tem a percepção que ela e a ...
Psicologia 04/03/2020 20:13:41
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Psicologia 04/03/2020 20:13:41 997
Dando sequência às problematizações acerca da Psicologia do desenvolvimento infantil, vamos pensar a criança após o parto até os seis meses de idade. Esta é uma etapa de vida que está estruturada em franca dependência dos pais e/ou dos adultos responsáveis mais diretos. Esta é uma fase que os adultos encaram com muitas incertezas e inseguranças, tanto que é também uma etapa de vida onde as mães ...
Psicologia 04/02/2020 18:24:54
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Psicologia 04/02/2020 18:24:54 793
Esta é uma pergunta que muitos me fazem, inclusive alguns profissionais de saúde que ainda acreditam que as pessoas com transtornos emocionais podem ser curadas apenas pela ação medicamentosa. Até mesmo muitos pacientes que procuram a Psicoterapia por indicação médica ou por ouvirem falar que ela faz bem, chegam às primeiras entrevistas psicológicas questionando em que a Psicoterapia vai ajudar ...
Psicologia 31/12/2019 11:57:19
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Psicologia 31/12/2019 11:57:19 713
Em 2019 vivenciamos o anúncio do que será 2020. Nada será diferente do que fomos no ontem. Lógico que em nossos desejos, a esperança e a fantasia de uma vida melhor, ajuda a comemorarmos a passagem de mais um ano. E que prevaleça nossas expectativas. Porém, a cinematografia nos anunciou profeticamente em 2019 o que nos espera em 2020, e nos próximos anos, pois a arte nos ajuda a imaginar o que ...
Psicologia 20/12/2019 21:25:12
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Psicologia 20/12/2019 21:25:12 830
Pelas ruas das cidades as pessoas já caminham agitadas. Muitos em busca de um presente para ofertar, outros pensando se irão ganhar algum desses presentes. Luzes, brilhos e símbolos: estrela, menino Jesus, papai noel, embrulho colorido, paz. Enfim é natal! Para quem pratica o Cristianismo, neste período comemora-se o nascimento de Cristo, "Aquele que se fez carne e habitou entr...
Psicologia 22/11/2019 18:08:39
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Psicologia 22/11/2019 18:08:39 806
Por ocasião da Semana de Consciência Negra, tendo como marco o dia 20 de novembro, a grande imprensa e a mídia como um todo acabaram dedicando alguns comentários sobre a realidade dos negros no Brasil e sobre o debate em torno do racismo. A dúvida do brasileiro de ser o país racista ou não volta, então, à tona. E, numa sociedade polarizada, principalmente após a última eleição presidencial, onde...
Psicologia 14/10/2019 19:52:22
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Autor:
Psicologia 14/10/2019 19:52:22 1348
Fui ao cinema já tendo lido vários comentários sobre o filme Coringa. Uns muito desesperadores, conduzindo o público a ir ao cinema já com a ideia de que encontraria um estímulo estarrecedor para a violência urbana, outros acentuando os preconceitos em torno dos portadores de doenças emocionais, tipo: "um filme de louco e psicopata", e alguns vendo no filme uma luz para a análise sociológica da ...
Psicologia 16/09/2019 18:45:32
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Psicologia 16/09/2019 18:45:32 773
Dor, fadiga, repetição e prazer... Ler, correr e escrever são atividades que consegui inserir no meu cotidiano e hoje se tornaram hábitos. Posso garantir que as três são muito semelhantes. As semelhanças estão na dor, na fadiga, no processo repetitivo e principalmente no prazer. Todas estas atividades, no início, sempre estão carregadas de dor, de fadiga e de repetição, mas depois de algum...
Psicologia 09/08/2019 17:44:55
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Psicologia 09/08/2019 17:44:55 1499
O dia dos pais sempre abre a possibilidade de pensarmos sobre a paternidade, tendo em vista que não basta ser pai biológico, é necessário ter o sentimento paterno. Mesmo que a figura do pai carregue uma forte imagem racional, desprovida de emoção, o pai traz muitos elementos afetivos estruturantes para a vida de uma pessoa. Observem como as comemor...
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